10º Festival Nacional de Folclore - 16 de Julho de 1994 – pp. 19 e 20

Um Colóquio Porquê?

Por Ana Ferreira

Venho lembrar hoje um assunto interessante e ao qual pouca gente reconhece importância. Desta feita baseio-me num trabalho realizado por este já conhecido grupo sediado nesta Grande pequena Vila, que é o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. Tratou-se de uma actividade levada a cabo no ano transacto e de muito valor cultural, ou talvez, possa até dizer de grande valor nutritivo, sim, porque o enriquecimento cultural alimenta, não o corpo, é claro, mas o espírito das gentes que são apaixonados pela vida dos seus antepassados pelo FOLCLORE.

Mas que actividade foi esta a que tento dar tanto realce? Certamente muitos de vós se recordam com agrado, outros até participaram! Houve também quem, se calhar, nem sequer ouviu falar (Que pena!); mas cá estou para vos dar a conhecer, ou melhor, alertar para esse evento, que também como outros grupos o fazem, se realiza, não digo que anualmente, mas sempre que se reúnem as condições indispensáveis à concretização de um acontecimento deste género. Refiro-me ao I Colóquio Etno-Folclórico organizado pelo Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré em 1993, no dia 3 do mês de Abril, que (como muitos outros grupos) pretendeu reunir diversos elementos e entidades por forma a lhes dar a conhecer um pouco mais sobre as Gafanhas, precisamente sobre os seus usos, costumes e tradições.

Para além de dar a conhecer novas informações, uma iniciativa deste género serve, obviamente, também de complemento a conhecimentos já adquiridos.

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Certamente que a preparação de um colóquio, abrangendo qualquer temática, requer muitas horas de consulta de factos verídicos e concretos, o que nem sempre é possível, pois existem muitos relatos, não é que sejam falsos, mas contraditórios e seria muito bom chegar-se a um consenso, o que não será fácil; "jogar" pela lógica pode, por vezes, ser duvidoso.

Por este país fora – este belo jardim junto ao Atlântico, que é Portugal – realizam-se por diversas ocasiões, congressos neste sentido – no debate de temas relacionados com a vida dos nossos antepassados – e eu já tive o prazer de assistir a, pelo menos, "meia-dúzia" deles; onde aprendi, sem dúvida, coisas fascinantes e encantadoras, também algumas tristes e sem sabor, mas que nos fazem transportar a tempos que não vivemos e que são quase impossíveis de acreditar. Belo de Verdade!

Conhecer pormenores e debatê-los é algo tão interessante, quanto o é a vida do Homem; sim porque "encher de coisas novas o espírito do Homem é alimentá-lo durante 100 anos" como afirma um conhecido poeta português. 

O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, no seu plano de actividades para o ano corrente, propõe-se realizar outros colóquios e quem sabe se o caro leitor não estará presente nalgum deles?!

Pretendo felicitar todos os grupos com iniciativas neste sentido, sobretudo o bom trabalho conseguido por este grupo no seu 10 Colóquio Etno-Folclórico e tentar desta forma incentivar a realização de muitos mais; bem como alertar todos os leitores e apoiantes do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, por forma a que notem o interesse e importância que um Colóquio Etno-Folclórico suporta!

 

 

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