É interessante relembrar que, há 50 anos
atrás, um grupo de aveirenses, amantes da sua terra, se tenha abalançado
na realização de um projecto que, para a época, se poderia considerar
uma autêntica aventura!...
Efectivamente, concretizar em 1940, em
plena II Guerra Mundial, a montagem de uma Revista com 26 quadros, em 2
actos, representa bem uma extraordinária audácia, só compreensível por
acentuada dedicação clubista e por entranhado amor bairrista!
Quem viveu essa época, compreende, hoje,
melhor o enorme esforço e o grande desprendimento daqueles Aveirenses
que, em nome do Clube dos Galitos, e para projecção da sua amada
Cidade de Aveiro, levaram à cena o "Môlho de Escabeche"...
Honra, pois, ao "Grupo dos Manatas"
que permitiu que a poesia do Dr. Luís Regala, a música de João Lé,
completando e engalanando a composição teatral de António José Flamengo,
não somente tenham resultado em meros contributos culturais escritos...
O Grupo Cénico do Clube dos Galitos
andou, através da imprensa regional e nacional, nas "bocas do mundo"
artístico e teatral, e Aveiro rejubilou com os seus êxitos...
O Clube dos Galitos, cinquenta
anos depois, não podia ficar calado, e competia-lhe transmitir, à Cidade
de hoje, a divulgação de um acontecimento que tanto enriqueceu o
historial de Aveiro.
Por isso, a Direcção do Clube quer aqui
testemunhar a sua admiração pelos Homens de antanho — Galitos puros e
Aveirenses de gema —, ao mesmo tempo que agradece aos Associados que, em
boa hora, se constituíram em Comissão Organizadora das Comemorações da
Revista "Môlho de Escabeche".
Oxalá os seus exemplos fossem "captados"
e pudessem fazer ressurgir o entusiasmo ao redor da bandeira do nosso
Clube, contribuindo para reacender e inflamar a chama bairrista das
gentes aveirenses.
Joaquim Arnaldo da Silva
Mendonça
Presidente da Direcção
Aveiro, 11 de
Dezembro de 1990 |