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Um passeio a Carregosa é encantador, permetindo vêr o sitio de Pedra Má e o Santuario da Virgem de Lourdes.

Ao Caima o passeio não é menos belo, ao longo do vale de Macinhata da Seixa e depois pelo monte abaixo ao ao pitoresco rio, em cuja margem fica a Fabrica de Papel do Caima. instalada com os mais modernos maquinismos adotados na industria do papel.

O passeio ao Couto de Cucujães permite desfrutar panoramas esplendidos e a S. João da Madeira não é menos sedutor, facultando a visita ás fabricas de chapeus e ás minas de arsenio do Pintor, exploradas por uma empreza ingleza.

Tambem é lindo um passeio ao Pinheiro da Bemposta, pela estrada nacional do Porto a Lisboa. O nome de Bemposta denomina bem quanto é bela a posição da respectiva localidade.

 

Meios de transporte

 

Alem do caminho de ferro do Vale do Vouga, que parte de Espinho e de Aveiro, ha diligencias regulares para Estarreja e Cambra e funciona um automovel entre Oliveira e Arouca.

Na vila de Oliveira, como em outras freguezias do concelho, ha alquilarias onde se encontram bons trens, por preços rasoaveis.

 

Funcionarios

 

 

Juiz: – José Bátista Pereira Zagalo.

Delegado: – Heitor da Cunha Oliveira Martins.

Contador: – Eduardo Augusto da Fonseca.

Escrivães: – 1.º Antonio José Carneiro Guimarães. 2.º Joaquim B. Pereira Gandre. 3.º Eduardo R. Cunha. 4.º Antonio de Melo. 5.º Francisco Ferreira Andrade, 6.º Manoel Antonio Barbosa.

Administrador: – Fernão de Lencastre.

Secretario: – José Lima Pires.

Amanuense: – Miguel Castro

Secretario da Camara: – Joaquim Nunes da Silva.

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E' moda, agora, viajar no estrangeiro e de certo as viajens, quando precedidas duma preparação prévia, são fecundos elementos de educação.

Viajam muito os povos progressivos; porém, aqueles que mais o são, quando se resolvem a sair do seu paiz para visitar outros ceos e outros climas, já conhecem a estrutura da sua terra, a fisionomia dos seus rios e das suas montanhas, a alma das suas cidades, o espolio artistico e literario do seu paiz.

Nós, não. Ha por aí tanto português que conhece Hyd Parles e o Bois de Boulogne, os Avenida das Tilias e os Campos Elisios, Versailles e a CasteIhana, a Plaza deIa Signoria e os Corsos e nunca viu as Capelas Imperfeitas, nem o Claustro do Silencio, nem a maravilha da Janela do Capitulo, nem a serie dos quadros do Gião Vasco em Vizeu; que nunca passou por esses ninhos de sonho e de sombra que se chamam Cintra e o Bom Jesus; que não subiu para avistar «algo de nuevo» aos incomparaveis miradoiros de Santa Luzia, em Viana, ou da Arrabida; que nem sequer – nem sequer! – se perdeu por essa floresta sagrada, unica no mundo, que é o religioso Bussaco, onde o passiante extasiado julga a cada passo topar um São Francisco de Assis!

Que tristeza percorrer centenas de leguas para ir ver nascer o sol do alto do Righi ou do Pilatus quem nunca trepou ao viso do Caramulo para là ver còrar de rosa toda a rosa do incomparavel ceu portuguez; culcurrear a via de Castelemare a Sorrento, ou de Bayona a Biarritz quem não palmilhou ainda, deslumbrado, essas maravilhosas estradas de Aveiro á Barra, de Setubal a Outão de Viana aos Arcos, de Braga á Povoa de Lanhoso e de Cintra a Colares, ou sequer divagou por esse encantador tunel de Angeja – sonho de agua e de luz! Que tristeza!

Atravessar meia Europa, levado nas azas de fogo dum rapido, para navegar no Lago di Como ou no de Bomget quando temos ali á mão de remar esse aduravel lago de Fermentelos; trepar ao Puy de Dorné quando basta subir aqui ao Bico do Monte do Socorro para ver um dos panoramas mais singularmente belos que uma imaginação fumegante podera conceber: dum lado a planície vasta, afogada numa luz de sonho, e ao cabo dela as ondas palrantes da ria; do outro, a galopada tragica das montanhas da Beira, um marulhar ciclopico de rochedos, que são como que ondas petrificadas e cuja vizão maravilhosa só os versos do nosso grande Poeta Corrêa de Oliveira sabem exprimir:


«A um lado, ao sol, o mar, tão claro e ardente
(A nevoa é o fumo duma onda a arder);
E o mar, que tóca o ceu, parece à gente
Que se ergue mais em si, para te ver.»

 

Vale Maior.

 

Domingos Guimarães