António Soares Tomé

A eloquência do gesto, a voz de trovão,
Que de Adamastor tem o seu quê de parecido,
A alma generosa, a mania d'aviação,
Do colega Tomé o sonho querido,
Tudo isto eu conto, se a veia não falhar
E se a comoção deixar falar.

Tem certas peneiras, ninguém o nega!
Quando discute mete na aldrabação
(Não proteste, colega, pois não pega)
Grandes e largos gestos de mão.
Ostenta na cabeça poupa fenomenal
Que magnetiza a fina flor pedagogal

Na arte dos bonecos é um portento
Projecta ir ao Canadá fazer aviões
Nunca desperdiça um momento
E alia na sebenta os de jacto às equações
O pior é se erram os cálculos e mesmo ao pé
Surge da Matemática o mestre a ver os bonecos do «Sô Tomé».

Desculpe o arrazoado
E se alguma coisa o ofendeu,
Perdoe os versos de pé quebrado
A quem essa intenção não teve.
Venturas até mais não
Lhe deseja do coração          A colega Maria Guilhermina Monteiro

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