António Alberto V. Cruz
2.° Prémio – Poesia – 3.° Ciclo
Ó ave majestosa e imponente,
No teu voo deixas rastos de glória!
Acolhes sob as asas tanta gente:
Eterna geração! Feliz memória!
Vieste lá do Céu, ó ave querida,
Desceste e pousaste como num sonho.
Nós fizemos de ti a nossa vida;
De teu torrão, nosso mundo risonho.
Voar, voar sempre, pensaste então,
E a tua alma nobre, mas bravia,
Levantou voo, deixando o coração,
Por tempo que jamais ninguém sabia.
Pelas terras que passaste, o teu carinho
Ficou enraizado em outras almas
Que agora cantam muito baixinho
Um hino de louvor, de eternas palmas.
No teu voo, semente de memórias
Tão eternas e quanto elevadas!,
Eu vi teu bico espalhar tantas glórias,
E o teu corpo calor a desgraçadas.
Agora voltaste, mas lá ficou
A tua alma em tão nobre gente,
E o que um dia de ti se desligou
Reuniu-se-te agora eternamente.
Quando a tua vida corre perigo,
Tu sobes numa prece ao Criador,
Pedindo ajuda a Tão Sincero Amigo
Que t'a dá com o Seu maior amor.
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E quando a calma volta ao teu viver
Tu desces ao quanto querido ninho:
Sobre as asas, memória de sofrer:
Sobre as asas, memória do carinho.
Ave amada, meu lindo Portugal,
És a minha vida! e o teu torrão,
A tua gente, as glórias sem igual,
Estão num trono no meu coração.
D. PATRIOTA |