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              A par dos elementos arquitectónicos 
              tradicionais que lhe conferiam um carácter de casa fortificada, o 
              Paço apresentava já, na sua traça inicial, vastas dimensões, 
              coberturas de fortes vertentes, inúmeras chaminés cilíndricas que, 
              constituindo elementos arquitectónicos novos no Norte do país, 
              denotavam a influência da arquitectura senhorial da Europa 
              setentrional (Borgonha e , transformando o conjunto em exemplar 
              único na Península Ibérica e onde se reconhecem preocupações de 
              conforto, iluminação e elegância, completamente inovadoras do 
              século XV. 
              
              O período de vivência desta moradia 
              senhorial centrou-se essencialmente no século XV, até à data da 
              morte da primeira duquesa de Bragança – Dona Constança – em 1480. 
              
              O século XVI marca o início do abandono 
              progressivo e consequente ruína (motivados por factores políticos 
              e económicos) que se agravaram até ao século XX. 
               
              A reedificação do Paço começou a partir de 1937, resultando na 
              recuperação quase total das fachadas NO e NE (a principal e a que 
              está voltada para o Castelo), recuperação do pátio interior ao 
              nível do rés-do-chão e do primeiro andar, reconstrução dos 
              pavimentos, das coberturas, etc. 
               
              Procedeu-se também ao recheio, sendo a quase totalidade das peças 
              datadas dos séculos XVII e XVIII, numa tentativa de reconstituição 
              do quotidiano desses momentos áureos da nossa História. 
               
              Das colecções destaca-se pelo seu valioso contributo para a 
              História dos Descobrimentos Portugueses, o conjunto das quatro 
              cópias das tapeçarias de Pastrana, cujo desenho é atribuído ao 
              pintor Nuno Gonçalves, autor do políptico de S. Vicente de Fora -- 
              que narram alguns dos passos das conquistas do Norte de África; a 
              colecção de porcelanas da Companhia das índias; o conjunto de 
              faianças portuguesas das principais fábricas da época: Prado, 
              Viana, Rocha Soares, Rato; o núcleo de tapeçarias flamengas, 
              nomeadamente as que foram executadas segundo cartões de Rubens 
              (notáveis pelos panejamentos e jogos de sombras), tapeçarias 
              francesas – Aubusson – tapeçarias de Bruxelas e ainda a mostra de 
              mobiliário português do período pós-descobertas, de que merece 
              especial destaque o conjunto de contadores, desde os 
              indo-portugueses, aos hispano-árabes de estilo mudéjar, aos 
              bargueños espanhóis, passando pelos cofres, gavetas-escritório até 
              cómodas e espelhos barrocos, estilos D. João V e D. José. 
               
              O Paço dos Duques está hoje classificado como monumento nacional, 
              é um serviço dependente do Instituto Português do Património 
              Arquitectónico (IPPAR) e engloba na sua estrutura, para além de 
              uma área denominada de Museu, uma ala (fachada principal, 2º piso) 
              destinada à Presidência da República; ao nível do rés-do-chão, uma 
              ala vocacionada para iniciativas culturais diversas; salas de 
              Exposições Temporárias e salas de apoio ao Serviço Educativo. 
              Todas estas áreas têm funcionado no intuito de abrir e vivificar 
              um espaço museológico que se entende como uma realidade formadora 
              e informadora da comunidade. 
               
              Documento disponível em várias línguas no próprio edifício.  |