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          «Entre 1871 e 1875, o Chalet, como é conhecido na Golegã, foi 
          edificado por iniciativa do abastado lavrador Carlos Relvas. A Casa 
          Estúdio apresenta características únicas a nível mundial, como 
          singular é o facto de ter sido construída de raiz, como monumento aos 
          precursores da fotografia e com o objectivo exclusivo de acolher um 
          laboratório e estúdio dedicados especificamente ao desenvolvimento de 
          uma arte e que propiciaram a Relvas um local de excelência para a 
          revelação dos seus negativos e ensaio dos novos métodos daquela 
          disciplina, simultaneamente científica e tecnológica. 
          
          No meio de um jardim romântico, com algumas interessantes espécies 
          arbóreas e arbustívas, a Casa-Estúdio é um monumento expressivo da 
          arquitectura do ferro (33 toneladas!) e do revivalismo de estilos, 
          como o gótico e o mourisco, que marcaram a época, como é evidenciado 
          pelo preciosismo decorativo e simbólico, emprestado à construção. O 
          conjunto parece ter sido inspirado no modelo de um templo cristão. A 
          fachada principal virada a poente, ladeada de dois "baptistérios", 
          ostenta um pórtico decorado com um baixo-relevo representando um 
          cavalo marinho, tendo por cima um janelão-varanda rodeado pelos bustos 
          de Niépce e Daguerre, encimado por um interessante óculo-rosácea, onde 
          se juntam as alas laterais que exaltam anjos segurando câmaras 
          fotográficas. 
          
          Na nave superior, de cobertura e paredes envidraçadas, entre ferros 
          trabalhados de forma exímia, encontra-se o esplendoroso Estúdio onde a 
          entrada de luz natural se regula através de panos brancos, controlados 
          por mecanismos de fios e roldanas. Nesta galeria, diante de mecanismos 
          e acessórios fotográficos do séc. XIX, tendo como cenário telões 
          pintados de paisagens virtuais, posaram reis e outras figuras 
          ilustres, assim como rurais e mendigos, cujas imagens registadas por 
          Relvas, de grande valor estético, social e etnográfico, mereceram 
          grandes prémios internacionais e nos permitem hoje conhecer melhor a 
          vida quotidiana das comunidades portuguesa e europeia, assim como as 
          suas paisagens naturais, os animais, os monumentos e objectos 
          artísticos. 
          
          A figura e a obra de Carlos Relvas são indissociáveis da história da 
          Golegã, localidade onde veio a nascer, em 1838. Inserida na lezíria 
          ribatejana, no coração de Portugal, a Golegã remonta aos princípios da 
          nacionalidade, estabelecendo-se os primórdios do seu desenvolvimento 
          na Idade Média. Célebre pela produtividade dos seus campos, uns dos 
          mais fecundos do país, enriquecidos pelas cheias do Tejo e que Relvas 
          imortalizou, a Golegã tornou-se também notável pela criação cavalar, 
          que motivou desde o séc. XVI um acontecimento anual, Feira de S. 
          Martinho, hoje também Feira Nacional do Cavalo, evento reconhecido a 
          nível internacional. 
          
          A Vila, com uma 
          topologia de burgo medieval, no seu centro, donde irradiam ruas, 
          vielas e travessas, viu ser erigida nos finais do séc. XV, inícios do 
          séc. XVI, a Igreja de Nossa Senhora da 
          Conceição, templo majestoso, monumento nacional, ex-librís do 
          manuelino rural, característico do período áureo dos Descobrimentos 
          Portugueses. 
          
          Do seu Estúdio, o anfitrião Carlos Relvas e os seus convidados podiam 
          avistar a monumental matriz, bem como a vasta e emblemática planície 
          agrícola, rasgada pela então Estrada Real que unia Lisboa ao Porto e 
          que constituiu um dos factores de desenvolvimento e progresso da 
          Golegã do séc. XIX. 
          
          Com o lavrador, cavaleiro e criador de 
          cavalos, músico e inventor Carlos Relvas, uma das personalidades, 
          incontestavelmente mais ilustre e multifacetada da sua época, em 
          Portugal e na Europa, a Golegã, onde veio a falecer em 1894, passou 
          também a figurar na história da fotografia, pela arte e pelo engenho 
          daquele Ilustre e cosmopolita filho seu "príncipe" e embaixador.» 
          
          (Doc. reproduzido do desdobrável fornecido pelos
           
          
          Serviços Culturais da C. M.G.) 
          
          HORÁRIO 
          Terça-Feira a Domingo – 10:00 às 12:30 e 14:00 às 18:00 
          Encerrado à Segunda-Feira e feriados. 
           
          SERVIÇO EDUCATIVO 
          Visitas guiadas à exposição permanente e exposições 
          temporárias; cursos, acções de formação, ateliers e workshops 
          (marcação prévia). 
           
          CONTACTOS 
          Largo D. Manuel I 
          2150-128 Golegã 
          Tel. 249 979 120 
          casa.relvas@cm-golega.pt 
          
          www.cm-golega.pt 
          Município de Golegã – Câmara 
          Municipal 
          Pelouro da Cultura 
          Divisão de Intervenção Social 
          Edifício Equuspolis  |