| 
                   
                  
                    
                  
                    
                  Forte da Barra nos 
                  princípios do séc. XX 
                   
                  
                  De uma 
                  carta enviada ao Igespar / 
                  Gabinete de Comunicação 
                  
                    
                  
                  Caros senhores,  
                  
                    
                  
                  Há tempos, mandei-vos um mail 
                  pedindo que me informassem como seria possível recuperar o 
                  edifício classificado de interesse público designado por 
                  «forte da barra de Aveiro». Já recebi uma resposta a dizer que 
                  alguém me iria responder e, até agora, nada! Faço essa 
                  pergunta porque me lembro, quando era director de um museu em 
                  Coimbra, de o IPPAR ter apoiado a recuperação de património 
                  dessa cidade.  
                  
                  A situação de ruína em que se encontra o 
                  «forte da barra» e, pelo menos, dois edifícios do estado, 
                  situados perto dele, é simplesmente vergonhosa e perigosa. E 
                  ainda mais vergonhoso é quando, ao lado do forte, se fazem 
                  grandes obras no «Jardim Oudinot», onde se construiu uma 
                  réplica de uma vigia sem qualquer interesse histórico e se 
                  espera, em Setembro de 2008, uma visita de uma regata de 
                  grandes veleiros históricos.  
                  
                  
                    
                  Forte da Barra na 
                  década de 1950. 
                  
                  Lembro que o forte da barra tem uma 
                  história longa no período das fortalezas pirobalísticas, 
                  existindo já a indicação de uma guarnição na zona no séc. XVI 
                  para protecção e controlo dos navios que fundeavam no local. 
                  Esta situação está confirmada por dois achados arqueológicos 
                  encontrados nas escavações do terminal norte do porto de 
                  Aveiro, a algumas centenas de metros do local, e por um livro 
                  de acordos de Aveiro da época.  
                  
                  Infelizmente, o forte da barra é o que 
                  nos resta de outros fortes existentes no litoral de Aveiro e 
                  de diversas vigias ao longo da costa, das quais destaco as 
                  torres da «Senhora de Vagos», do início da nacionalidade, esta 
                  já desaparecida, e da «Senhora das Areias» em S. Jacinto, 
                  ainda existente actualmente como capela. 
                  
                  
                    
                  Forte da Barra em documento de 1772 e
                   
                  esboço de uma possível recuperação. 
  
                  
                  Penso que deveria ser destruído todo o 
                  casario em ruínas que colaram ao forte e mantida a bateria 
                  rasa ainda existente. Igualmente, deveria ser recuperada a 
                  antiga linha defensiva da tenalha com a pedra retirada da 
                  demolição, e mantido o forte como era no tempo em que tinha 
                  função de defesa. Deveriam também ser limpos os subterrâneos, 
                  fazendo-se algum trabalho de prospecção arqueológica. 
                  
                  António Angeja  |