Somos o caos
De onde já não se gera a ordem…
micro-fibras
De um tecido enrugado…
Fios da teia
intra-mundana
Rarefeita
Desfeita
Pelas nossas próprias mãos…
Somos o Tudo e o Nada
Tempo e o Espaço
As marés
Os rios
Os oceanos…
Somos os ventos
As tempestades
Os vulcões e a sua lava
Quente
Ardente
Incandescente
Derramada por montes e vales…
Somos perfeito dinamite
Sempre pronto a explodir…
Os sismos
Somos também
E a Terra fazemos estremecer
Tremer
Quebrar
Oscilar
Ruir…
Somos a poluição
O dióxido de carbono
A chuva ácida
O lixo cósmico…
Os vírus
As bactérias
Os fungos
Que tudo contaminam…
Somos pó
Putrefacção
Revestidos de formas
E fórmulas
Incalculáveis…
O amálgama do Mundo
Dos céus
De todos os homens
Dos deuses
Do Olimpo despejados…
Somos os Astros
As Estrelas
Que nem sempre brilham…
As faces de todas as Luas
As giratórias de todos os planetas
Os anéis de Saturno…
Somos a hipocrisia
O oportunismo
A demagogia
Os defensores das causas
Só em aparência
Relevantes…
Somos a guerra
A paz
A desordem
E a ordem…
Os guerreiros das batalhas perdidas
Contra nós
Contra os outros
Contra o Mundo…
Somos o possível e o impossível
O sonho
O real e o imaginário
O virtual
Que se presentifica
Em cada acto de comunicar
À distância
Próxima de todas as comunicações
Intercontinentais…
Somos todas as lágrimas
Derramadas
E por derramar…
Todas as aventuras
Todos os gestos
Todos os actos
Todos os pensamentos…
Todas as vontades
Todos os quereres
Todos os estares…
Somos…
Isabel Rosete
(14/07/07 - 5.00h)
25/01/2008 |