O Amor…
Está na essência
De um destino
Traçado por encontros
E desencontros
Entre nós e o outro…
O Amor…
A corda bamba
Do equilibrista
Tão frágil…
Quanto ela
Tão forte…
Capaz
De mover montanhas
Tão intenso…
Que nos corrói a alma
Invade as entranhas
Revoluciona-nos
Sem digestão…
Percorre todo o corpo
Exalta-o
Enobrece-o
E
No entanto
Subestima-o
É um viandante
Que avassala
De repente
A nossa morada
Desprevenida
Para o receber
Vem…
Passa…
Vai…
Deixando
As suas pegadas
Impressas…
Qual fóssil
No rochedo desconhecido…
Também mata
Também dói
Também se espelha
Num misto
De alegria e de felicidade
De exaltação
De exuberância
De nudez
Do Tudo
E do Nada…
Crava-se
Como um espinho
De uma rosa
Sangrenta…
Aveludada
Doce
Quente
Misteriosa
Enigmática…
A Felicidade…
É o paradoxo
Dos amores
Verosímeis
E inacreditáveis…
Reais
E imaginários…
O Amor…
Espalha-se por todas as veias
Até se tornar plasmático…
Dividido
Unido
Nessa massa
Vermelha
Que percorre
Todas as células
Todos os poros…
Tudo inunda
Tudo faz
E desfaz…
Isabel Rosete
6/08/07 |