Vivo o intenso desespero do ser e não-ser ao mesmo tempo,
Do
querer e do não querer,
Do
considerar que posso ser feliz,
Mas
ao mesmo tempo de me ver impotente
Para alcançar essa felicidade,
Tão
desejada…
Tão
esperada…
Eternamente vivida num tempo outro
Luto drasticamente contra mim mesma
Para realizar os meus sonhos
Ao
mesmo tempo,
Não
sei se vale a pena
Estou farta de lutar contra mim,
Contra o mundo que não me compreende
E
no qual não me integro
Sinto-me “atopos”,
Quiçá,
“Persona non grata”,
Ao
mesmo tempo que desejada,
Amada,
Odiada,
Perseguida pela inveja,
Pela tentativa de aniquilação dos outros
Que
me rodeiam,
Sempre dispostos a destruir o meu sossego psíquico,
O
meu equilíbrio espiritual…
Mesmo assim,
Permaneço,
E
Aqui estou…
Isabel Rosete
17/01/2003 |