Oficina de Teatro - Escola Secundária José Estêvão

5ª PARTE – CONCLUSÃO

Interessa-me ser um professor que procura exercer a sua competência profissional. Essa competência baseia-se no facto de me preocupar em ser um estudioso e investigador de todo o sistema de ensino ( mais no campo pedagógico ) e, ao mesmo tempo, praticante de tudo o que vou adquirindo ao longo da minha actividade. O domínio evolutivo de conhecimentos teóricos e práticos conceptualizam as referências base para o entendimento do ensino; o domínio evolutivo de técnicas e aptidões, fundamentam a minha actuação. Creio que o mais importante em todo o processo e o que na realidade é válido, são as questões de princípio, que me levam a responder ao para quê, para quem, como e em que contexto implemento decisões. Nem sempre o que se planifica resulta. Sou dos que aprendem a reestruturar mais com um erro do que com o que sai bem. Tudo depende de como determino os modos de acesso à aprendizagem do aluno e essa empatia é a base determinante de uma progressão positiva para todos os implicados. Apesar de ter vinte e um anos de trabalho como docente, apesar das mudanças vertiginosas da organização social na actualidade ser responsável aos desajustes de valores que, transportados para a Escola, tornam o ensino numa luta renhida entre focos de informação, tento recusar-me a não desafiar os problemas. A Escola não se pode isolar como instituição porque, além da Escola, existem mais agentes de educação. A Escola não se deve ocupar de todos os alunos da mesma forma, porque uma resposta educativa pode ser vista de uma maneira diferente por cada aluno. A Escola não pode ser um "pulverizador" de saberes inertes, porque deixa de ser viva e inovadora. A Escola não pode ser um local para onde se transferem responsabilidades familiares, porque não há receitas milagrosas de substituição familiar, mas a Escola também não pode ser um local onde os agentes não se envolvam nas suas tarefas com responsabilidade e amor ao próximo, por não se sentirem motivados por qualquer razão. Então qual será a Escola ideal? Só sei que um professor é tudo porque dele depende uma boa condução, é nada porque se deve colocar em "ausência" para que essa condução seja criativa e espontânea. Quando a missão educativa vai a bom porto, no sentido do seu ideal de serviço, provoca autonomia e responsabilidade no aluno. Munir os jovens de consciência crítica e provoca-lhes um melhor controle de si mesmos é o que, de bom, a OFICINA DE TEATRO tem para oferecer, tanto na sua génese como na sua essência.

 

EXECUÇÃO DE PRESSUPOSTOS INICIAIS

         1- A existência dum projecto inicial concreto, é o maior suporte para a efectivação de todas as formas múltiplas de integração do trabalho expressivo;
            2- Na criação, prova-se que a expressão teatral é aquela que nos permite uma melhor integração das outras expressões;
            3- Por se  realizar um espectáculo não se privilegia o produto em vez dos processos. O que determina tudo são os espaços de experimentação, que se vão organizando durante o processo;
            4- Na Criação Teatral na Escola Secundária ,não é prioritária uma aprendizagem ligada à Arte/Teatro em si, é mais uma aprendizagem do saber-ver, a saber fazer-fazendo, interpretar-experimentando, uma dimensão de aprendizagem vivencial de dimensão múltipla que facilita a reflexão para a VIDA.

 

 

Será sempre na modificação do entendimento de Escola que se movimenta uma reforma na Educação.


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