Rita Pinto C. R. Miranda, Poesia, 2003.

O teu nome era...

O teu nome era uma insistência
Amarrotada no bolso. 
Os óculos não apareciam…
As rimas, gastas, não podiam
Fazer parte desse poema. 
Era o mais bonito. O mais verdadeiro.
Não se podia escrever. 
Os óculos perdidos… 
Fiz concha com o peito, 
Aconcheguei esse sentir
Que era demasiado frágil 
Para permanecer. 
Procurámos os óculos pela cidade… 
E lá estava o teu nome, 
Aguardando, engelhadamente, pelo meu. 

E lá ficaram, assim,
- à espera um do outro.
No bolso.

E os óculos sem aparecer…

 

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