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                  Explicar? 
                  Basta negar! 
                  Lápis é cinza, arte, 
                  Segredo de quem o parte! 
                  
                  Sobressalto recto, 
                  Marítimo voo da mente, 
                  Essa, não a sente! 
                  
                  Método, objecto, 
                  Desfaz-se em ténue folheado, 
                  Como é pegado ou largado! 
                  
                  Volúpia rodopiante, 
                  Diz-me, não sei esse viver. 
                  Tudo me é inquietante, 
                  Sem razão, não consigo escrever. 
                  
                  Milagre arrebatador que esqueço, 
                  Penso, quero o pensado e adoeço… 
                  Sinto raiva do ócio dos mecanizados, 
                  Repetidos avisos, nunca escutados… 
                  
                  Oh…, porquê justa a vida do autómato
                  e sua atitude? 
                  Sagra com o sangrento fluir da quietude. 
                  Boneco inerte animado, 
                  Ornato balbo, ser opiado! 
                  
                  Tudo se desvanece num cómodo
                  agir, 
                  Nada se sente, sentida a picada, 
                  Molhada no líquido espesso da memória errada. 
                   
                  
                   
                  Malvados
                  opostos ao sonho, hei-de interferir?
                    
                  
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