Meu País
enevoado!...
Por enquanto há chuva a cada canto
e não há mar tão sujo noutro lado.
Nem há céu mais triste do que o nosso.
Nem pássaros, nem águas…
Meu País
mal votado!...
Por que fatal engano?
Que malévolos crimes
teus direitos de berço violaram?
Este Povo
de cabeça erguida, mãos firmes,
de olhos com fé
– sabe, dentro de si, e só em si – aonde
a causa da miséria se lhe esconde.
E em nome
dos desgovernos
a quem ele deu a Terra, o Sol, o Mar,
elege-os do pó,
com poeira no seu novo olhar.
Abaixa-te,
Povo!
Ah!, visses tu, nos olhos das mulheres,
a firme tortura
que te reclama ainda e mais abortos!
Povo
anémico e triste,
meu ZÉ sem forças, sem haveres!
– olha a desventura muda das mulheres!
Vai-te de novo ao votar!
Reganha tuas barcas, tuas forças
e o direito de amar e fecundar
as que até por Amor, já te desprezam!
Eduardo Manuel Maia Figueiredo
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