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Infância
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Era madrugada
quando vi a luz do dia.
Uma estrela me aqueceu
e com luz me escreveu
este destino que sigo...
... a cruz que trago comigo!
Naquele sábado distante
a musa que me fadou
sem desmando me destinou
(ao ser fada dos meus dias)
ser eu cratera em fogo
dumas «certas» poesias...
Poeta me senti sempre...
— olhos abertos, olhos fechados —
sinto o mundo diferente
daqueles que são «só gente»
alegres e descuidados.
Infância...
alegre infância descuidada;
semente divina
que à terra foi lançada...
Foi-se a infância, cândida flor,
e em seu lugar ficou
uma «Consciência» mais um «Pecador».
Coimbra, 22/1/1940
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