Que querias tu que eu fosse?
Um lutador?
Um herói?
Um assassino?
Um homem que fizesse o mesmo gesto,
De matar,
Daqueles a quem a sociedade
Tem o costume
De julgar
E condenar?
E matasse
Um outro, igual a mim, que colocaram
Do outro lado,
Neste xadrez de que somos peões?

Não luto em qualquer luta.
Recuso ser herói de qualquer causa,
Se ela me exigir ser assassino!

Se me chamares covarde,
Pouco importa;
Eu saberei bater à tua porta
Com o perdão,
Que todos dão a todos que não ouvem
O eco desse canto, ainda mudo,
Que eu ouço e adivinho
Na multidão dos homens a sonhar
O DIA que há-de vir
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Quando os covardes, como eu, souberem
Unir as mãos,
Todas as mãos,
E LUTAR!

   

 

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