Calem-se, por favor,
Ó governantes,
De ambos os lados de qualquer cortina!
Cessai, por um momento, de exercer
Sobre os grandes mais pequenos ,
E sobre os pequenos que já foram grandes
Na História por vós esquecida,
A força das vossas coacções
E argumentos
De que os canhões
São a única, verdadeira, autoridade.

Deixai livres os povos!
Permiti
Que eles escolham o destino que desejam;
Que pesem na balança dos pratos nivelados
O que lhes ofereceis, no vosso interesse.
Deixai o vosso próprio Povo
Estender as mãos por cima das fronteiras

Que riscais
E apagais
Com o rasto dos tanques
E a curva dos dividendos dos vossos capitais.
Deixai-o olhar
E ver,
E conversar,
Sem que seja preciso falar baixo,
Às escondidas
E a tremer.
Deixai-o compreender,
Se não souber,
Por que razão os povos, tantas vezes,
Se odeiam
E se matam,
Julgando ser sagrada a sua luta.

Deixai,
Deixai os povos descobrir
A verdade escondida,

A única verdade,
Aquela que surgiu dos choques criadores
Das correntes de luz de várias cores,
No campo da razão
E à luz da LIBERDADE!

E se essa VERDADE
Acontecer
Um dia,
E for o resultado que eu espero
E comigo todo o Povo, já cansado
De morrer por tão pouco
Em tantas guerras,
Vereis ó governantes,
De ambos os lados de qualquer cortina,
Que o HOMEM é um só em toda a Terra,
E que, só enganado torpemente,
Se suicida
Quando faz a GUERRA!

   

 

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