Dragão do mar

por

André Freixieiro


Dragão do mar

O animal mais raro do mundo, o dragão do mar vive nos jardins de coral do Sul da Austrália.

Caracteriza-se por possuir uma anatomia extravagante: parece um híbrido de animal com vegetal, mas, na verdade, disfarça-se de planta.

 

Nome Científico

phylopteryx folliatus.

Este animal possui apêndices carnudos em forma de folha, que lhe decoram o corpo, dando-lhe o aspecto de alga. Disfarça-se de tal forma que pode tornar-se praticamente invisível e confundir-se com uma delas.

Predadores naturais

As raias, os tubarões e os animais do seu habitat são os predadores naturais.

 

Comprimento

O dragão do mar chega a atingir cerca de 45 cm. Possui uma cabeça altiva como a de um cavalo. É, aliás, da família dos hipocampos (cavalos-marinhos). Contudo, pertence ao grupo dos peixes teleósteos.

 

Descrição do corpo do animal

Em vez de se deslocar na horizontal, o dragão do mar fá-lo na vertical. Não possui barbatana caudal que serve, na maioria dos peixes, para se moverem. No lugar desta tem uma cauda preênsil, parecida com a dos macacos, dirigida para a frente, que lhe permite pendurar-se nos caules das plantas do ambiente marinho no acto de se alimentar das mesmas. Camarões e outras criaturas minúsculas também fazem parte da sua dieta. Agarra as presas, suga-as com o ossito largo que constitui a cavidade bucal e tem a forma de um tubo.

Deslocando-se na vertical é, porém, um nadador muito lento. Calcula-se que levará dois dias a percorrer um quilómetro. Pensaríamos à primeira vista que emprega, para se deslocar os apêndices carnudos em forma de folhas. De facto, fá-lo com as suas minúsculas barbatanas peitorais.

 

Habitat

O meio natural do dragão do mar são os recifes maravilhosos do Sul da Austrália.

Técnicas de defesa e de ataque — Mimese

O dragão marinho utiliza a camuflagem como forma essencial de defesa e de ataque, num universo colorido de fauna e flora que são os corais do Sul da Austrália. Assim, nem o predador com a vista mais apurada pode distingui-lo quando se mascara entre os bosques de algas. Ao menor sinal de perigo, pode mudar de cor — à maneira dos camaleões — e confundir-se com o meio ambiente. O dragão do mar pode ainda olhar simultaneamente em direcções opostas, visto que cada olho se move independentemente um do outro. Quando acossado pelos predadores, consegue aumentar aparentemente o tamanho normal.

 

Reprodução

As fêmeas da família dos hipocampos (cavalo-marinho) põem os ovos numa bolsa que o macho possui no abdómen, semelhante à bolsa marsupial dos cangurus. O macho fecunda os pequenos ovos e transporta-os até à eclosão. Enquanto se encontram incubados na bolsa paterna, pode acontecer que alguns dos nascituros morra, dando lugar à formação de gases derivados da putrefacção. O macho incha então como um balão e é arrastado para a superfície. Longe do esconderijo e à deriva, o animal fica à mercê de qualquer predador que vagueie pelos arredores e completamente indefeso. No caso do dragão do mar, este possui uma solução para o problema: no lugar da bolsa, o macho dispõe de uma matriz esponjosa à qual aderem naturalmente os ovos. Se alguma das crias morrer, o gás resultante da putrefacção não fica retido e a vida do progenitor, assim como da prole, não correrá qualquer perigo. Após seis semanas de fecundação, nascem várias dezenas de crias com a forma de dragões do mar em miniatura.

 

Bibliografia utilizada

Adaptação do texto de T. de La Cal, in “Hola!” n.º 3064 de 1 de Maio de 2003, págs. 148-150 e fotos de Howard-Michele Hall, que ilustram o mesmo artigo.

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