À Alcina Reis, lembrando, sobretudo, as tarefas e
as viagens dos últimos anos.
A Escola, cais de partidas e chegadas que
invariavelmente levam aos rostos e às vozes que a habitam. E os sonhos,
e os sonhos!
Mosaico surpreendente de memórias e paisagens
sulcando o que as almas têm de sombrio e fresco, de puro e bravio, de
frágil e heróico, de singular e plural.
O verde denso e perene de um cedro gigante a tocar
as janelas, as manchas sazonais de camélias a entrarem pelas salas; o
barro e a areia, planuras ondulantes de searas, fragas graníticas,
animais, rios caudalosos e esteiros quase secos, às vezes um inesperado
aroma de jasmim e abelhas, de resina dos pinheiros longínquos, cactos
esquecidos, “a flor matinal das giestas” na infância.
A Escola – universo heterónimo de múltiplas
pessoas.
Se a encontrarem por aí, podem oferecer-lhe a
beleza de uma flor ou a luz de um sorriso.
Aveiro, ESJE, 18 de Dezembro de 2009 - Maria Alice
Pinho e Silva |