ÚLTIMO ACTO
" — São rosas, meu
senhor!...”
Qualquer conimbricense
conviveu com estas palavras, adornando e perfumando o seu horizonte.
Também eu, no seio da
FAMÍLIA, aprendi de pequenita, dia a dia, a moldar tão valiosos e brandos
ideais!
O sacrifício, a tolerância, a
Fé ajudaram a temperar meus passos nas lutas espinhosas da vida, erguendo árdua
e firmemente a suave bandeira da ESPERANÇA, da PAZ e do AMOR aos outros, mais do
que a nós mesmos.
Hoje, lançando um olhar de
relance para trás, para o manto volátil do PASSADO, vislumbro, serenamente, que
há um eco de mim nos Familiares e nos Filhos, quiçá no Neto, nos colegas e nas
ondas sucessivas de Alunos, nos Amigos de todas as eras e quadrantes e... Até
naqueles que julgam não fazer parte de Nós.
Assim, neste momento de
despedida da profissão, que não dos cenários humanos do PRESENTE, gostaria de
desfolhar pétalas róseas de saudade e gratidão, rumo ao FUTURO de todos vós —
centro da minha existência —, para com elas formar um tapete macio e
deslumbrante de LUZ, onde perdurassem bem vivas, sorridentes, melodiosas, as
belas e ancestrais palavras dos meus POETAS CLÁSSICOS:
«Este é o dia, esta é a hora,
este o momento. Colhe a flor!»
«Contenta-te com o
espectáculo do Mundo!»
«Ama as tuas rosas, rega as
tuas plantas... vive simplesmente... vê de longe a vida!»
Alicerçada, pois, em tantos
dos nossos percursores do BELO, ao passar do testemunho, apenas acrescentarei em
jeito de MENSAGEM:
«SÓ TU, SENHOR, me dás
viver!»
AVEIRO, 10 de Junho de 2004
A desde
sempre "professora"
Maria de Fátima Rocha Bóia |