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Do alto da nossa real e genuína
nobreza, cujas origens se perdem na poeira dos tempos e na História
dos ALMEYDAS (com Y), temos assistido, perfeitamente boquiabertos e
atónitos, ao mais baixo e degradante espectáculo de linguajar
circense, de dois pretensos aspirantes a títulos nobiliárquicos.
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Verdadeira guerra de alecrim e
manjerona, a pôr a descoberto a vulgar ascendência plebeia de dois
aspirantes a nobres: um, por ser Conde de nome, numa verdadeira
apropriação de ideia gilvicentina vazada em qualquer auto de fazer
rir e, por isso mesmo, a traduzir uma aspiração, também
genuinamente plebeia, de um qualquer padrinho humorista; o outro,
por ter um casebre na Cova do Macho, resolveu promover-se a Duque e
encimar a sua mal esculpida “madeira de armas” com ferraduras do
dito que, por petulância do desenho, foi elevado à dignidade de
cavalo! “Quo non ascendent”, Santo Deus!...
Ofende-nos toda esta baixa
linguagem, (nela nem sequer se vislumbram os tradicionais e
significativos dois “ll” ou “tt” e “y”...), a qual, só
por si, bondaria para afastar a ideia generosa de que, por ali
possam, andar, apesar
de tudo, restos duma ancestralidade capaz. E, com o látego da nossa
verdadeira linhagem aristocrática, bem simbolizado, na nossa
“pedra de armas” (“pedra”, que não “madeira”!... nem
“barro”), pelo cabo da heráldica vassoura que varre, para o
esquecimento, pretensiosos como estes, decidimos zurzir os atrevidos
que ousam fazer desleal concorrência aos verdadeiros nobres como nós.
Pois que, para ser Conde, não
bastam brasões supositoriais, conforme, valha-nos ao menos isso,
muito bem faz notar o pretenso Duque do Macho ou lá o que é; como
também, para ser Duque, não chega ver-se, salvo seja, simbolizado
num macho promovido a cavalo e que, na opinião do tal Conde,
deveria ser jerico!...
Cavalo ou jerico, a verdade é que,
de tanto envergonhado com a inglória batalha verbal em que se vê
metido, acabou por mudar de cor, passando de azul a carmim, quase
vermelho, no tal escudo que, certamente por inconsciente atavismo,
tem a curiosidade de assentar em patas e garras de caranguejo!...
Atenta, pois, a baixeza rasteira
duma tal linguagem a rescender a pecuária e de tanto cacarejar de
capoeira (até se ameaçam os pobres galináceos de dolosos
traumatismos!...), resta-nos a esperança de que o D. Reis, esse
sim, nobre de gema, de ascendência tão alta que até já subiu a
“director”, ponha na ordem esses dois que, quando muito, apenas
poderão aspirar a “valetes de paus” ... na corte dos nobres de
Cacia.
Solar de Pena Alva, 25.04.85
D. Almeyda da Câmara y Ruas
Byce-Rey de Pena Alva
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