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Os 150 Anos do Liceu de Aveiro

A política deu-lhe vários nomes e diferentes moradas. A tudo

resistiu a actual José Estêvão, escola de gerações de aveirenses

A ESCOLA SECUNDÁRIA tem actualmente 1324 alunos e 251 professores

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JOSÉ CARLOS MAXIMINO
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A designação oficial é Escola Secundária José Estêvão, mas para muitos -- até pela denominação do próprio bairro, que acabou por envolvê-Ia, e por aquilo que ainda se lê nas pedras da calçada -- continua a ser o velho "Liceu", de boas e más memórias, que formou sucessivas gerações de aveirenses.

Longe vão os tempos, de há 150 anos -- acabadinhos de comemorar -- em que abriu com três professores e meia dúzia de cadeiras, dando cumprimento, com um atraso de sete anos, ao decreto-régio de 1844, que mandava criar liceus nacionais nas capitais de distrito.

Hoje, tem 1 324 alunos e 251 professores, que se acotovelam diariamente nas 52 salas.

Carências actuais

Duas realidades e dois momentos com 150 anos a separá-los, que são o corolário de um percurso atribulado, ao longo do qual conheceu quase tantas designações (Liceu, Liceu Central, Liceu Nacional, Liceu Vasco da Gama ou Liceu José Estêvão) como mudanças de casa, ditadas pelas sucessivas reformas, mudanças de orientação política e de regime.

E que deixaram inculcados, na história da instituição, nomes de alunos, professores e reitores, como os de José Pereira Tavares, Mário Sacramento ou Agostinho da Silva.

Nas actuais instalações, inauguradas em 1952, vai para meio século, as dificuldades actuais são as mesmas da generalidade das escolas do país. A começar pelas obras há muito prometidas.

Há telhados que precisam de reparação, soalhos, como os do ginásio, a precisar de substituição, um auditório a pedir reforma
e pavimentos esburacados.

«Tem falta de auxiliares, já que a escola deve ser uma escola limpa e ordenada, porteiros, a escola tem de ser segura, etc., diz o Conselho Executivo.

Tem excesso de alunos e, como é normal, há também falta de dinheiro. Mas isso não é geral?», questiona Arsélio Martins, presidente do Conselho Directivo da José Estêvão.

 

Um estabelecimento participativo e plural

ARSÉLIO MARTINS *

O que era o Liceu Nacional de Aveiro - edifício, estudantes, funcio nários e professores - passou a chamar-se Escola Secundária José Estêvão.

Mas, as pessoas em redor continuaram a chamar-lhe Liceu.

O próprio bairro mantém o nome e as pedras da calçada ainda nomeiam a instituição como Liceu Nacional. A acção da Escola, enquanto tal, não conseguiu alterar essa representação social.

A natureza das suas instalações e dos equipamentos, a configuração dos cursos e dos quadros dos docentes acabaram por reproduzir (ou mesmo ampliar) as características do velho Liceu.

Apesar de albergar alunos de todos os extractos sociais, económicas e culturais, é legítimo pensar que parte da população a procurou como teria procurado o velho liceu.

A maioria dos professores e dos funcionários da velha instituição já atingiu a idade da reforma. Mas é a representação social que individualiza a Escola Secundária José Estêvão, no conjunto das diversas escolas da cidade.

Actualmente, é reconhecida por outros aspectos: o ensino de adultos dentro e fora (nas freguesias), a participação empenhada dos seus dirigentes nas diversas reformas da educação, na formação dos professores e na comunidade educativa.

* Presidente do Conselho Executivo