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                (...) A um pai ouvi eu dizer, na 
                presença de seu próprio filho, aluno deste Liceu, que o que 
                queria é que ele «passasse»; que lhe era indiferente que ele 
                soubesse ou fosse ignorante. Outro pai, queixando-se de que o 
                seu filho tinha o tempo todo tomado pelo estudo, declarava que 
                nenhum valor dava à reforma, fosse ela qual fosse, que não 
                proibisse o estudo doméstico dos alunos! Pasmem V.as Ex.as como 
                eu pasmei ao ouvi-lo, porque pasmam de uma afirmação que eu ouvi 
                «claramente ouvida», como diria o nosso Poeta... 
                
                Não pode ser! Os poderes 
                constituídos, que queriam prestar aos pais o maior dos serviços, 
                têm de lançar as bases para a criação dum escol intelectual 
                superior, preparando com cuidado e diligência os dirigentes de 
                amanhã; compete aos governos criar uma cultura portuguesa que 
                sem verrgonha possamos pôr ao lado da cultura alemã, da cultura 
                francesa, da cultuyra italiana,, que sobre quaisquer outras 
                admiro. Arrepiar caminho é que é inadiável; penitenciarmo-nos 
                dos erros passados é que é instante. (...) 
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