No passado dia 3 de Outubro as turmas B, C, D e E do 8.º
ano tiveram aulas de Física e Química bastante diferentes do habitual,
mas integradas na unidade temática de "Introdução ao Estudo da Química"
do seu curriculum académico. Viram entrar porta a dentro, vários
professores e um convidado alemão, que lhes foi falar sobre a Química no
dia-a-dia, e mais propriamente sobre os problemas da poluição na
Alemanha. O convidado, de nome Liesel (aluno de Comunicação Social), faz
parte de um grupo de alunos universitários alemães que se encontra
presentemente em Aveiro, integrado num programa de intercâmbio de
estudantes universitários europeus, com a designação ERASMUS.
Como o convidado não sabia falar correctamente o
Português, o debate teve que ser feito em Inglês, e para tal, foi pedida
a colaboração das Professoras de Inglês das turmas envolvidas na acção,
no sentido de auxiliarem a compreensão dos aspectos que foram falados.
A acção baseou-se numa primeira parte, numa mini-palestra
sobre os aspectos da poluição na Alemanha, a qual foi seguida de
perguntas feitas pelos alunos que colocaram questões, algumas das quais
bastante pertinentes.
Além do problema da Poluição na Alemanha, e numa segunda
parte, foi também focado o problema da Poluição em Portugal, tendo como
base o artigo do Jornal "Semanário", intitulado "PORTUGAL: DESASTRE
ECOLÓGICO".
Esta acção teve como objectivos desenvolver a
interdisciplinaridade, nomeadamente entre as disciplinas de Física /
Química e Inglês; realçar a importância da Química no dia-a-dia, no
aspecto da poluição; chamar a atenção dos alunos para as graves
consequências da poluição no ambiente; discutir possíveis medidas para o
combate da poluição ambiental, nomeadamente a reciclagem de lixos.
Para avaliar e diagnosticar as reacções dos alunos ao
debate, foi-lhes pedida uma composição comparando os problemas da
poluição na Alemanha e em Portugal, baseada no debate e no artigo de
jornal. Como ilustração, aqui deixamos alguns excertos de duas das
composições que espelham bem os problemas tratados durante o debate e no
artigo de jornal.
"Será a Alemanha o futuro de
Portugal?
Aqui está uma pergunta que realmente nos faz pensar sobre
o destino ecológico de Portugal. Claro que a Alemanha está num estado
muito mais avançado de degradação, mas nós também para lá caminhamos se
algo não for feito.
Mas, analisemos e comparemos a degradação portuguesa com
a degradação alemã:
■ Rios – Em matéria de rios estamos tanto de um lado como
do outro, praticamente equiparados. Enquanto a Alemanha tem o Reno
super-poluído, nós temos o Vouga, o Ave e o Leça, entre muitos outros.
■ Poluição lndustrial – Penso que a Alemanha tem maior
quantidade de lixo industrial do que Portugal, o que não quer dizer que
em Portugal não seja muito.
■ Poluicão sonora – O Porto é a cidade europeia com
maiores índices de poluição sonora. Em compensação a Alemanha quase que
não os tem (deve ser do frio ou coisa que o valha!).
Tiago Paixão,
n.º 28, 8.º D
––o–O–o––
■ Reciclagem – Penso que por cada estabelecimento de
ensino, e câmras municipais devia existir uma campanha de recolha de
produtos e uma pessoa responsável por cada (estabelecimento de ensino ou
câmaras, etc.). Assim já se podia recorrer à recolha de plásticos,
vidros, papeis, latas, garrafas, frascos, e cada um fosse responsável
por uma só coisa, para que não existisse maior confusão. Cada campanha
destinava-se a recuperar embalagens plásticas (garrafas, garrafões,
frascos e sacos), outros a recuperar vidros, papeis e latas, que em vez
destes objectos serem lançados no lixo (nos contentores), os recolhessem
e depois os vendessem a empresas que se dedicam à sua reciclagem. Deste
modo, ia-se reduzir o peso e volume dos seus resíduos sólidos, e
abria-se o caminho à valorização dos materiais."
Cláudia Aguiar, n.º 30, 8.º E
––o–O–o––
"Considerando o actual desenvolvimento da Alemanha
coloca-se a seguinte questão: – Será que para haver desenvolvimento é
necessário haver poluição?
Eu penso que não. O que é preciso fazer é haver
desenvolvimento controlado e não necessariamente poluição. É esta a
verdadeira mensagem que deve ser realizada em todas as nações."
Tiago Paixão, n.º 28, 8.º D
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