As actividades
extra-curriculares empreendidas pela Escola Secundária de
José Estêvão são, no contexto global do ensino da cidade de
Aveiro, a mais esclarecida e bem sucedida forma de agrupar
Jovens estudantes e membros da comunidade na realização de
tarefas conjuntas de aproximação com as realidades e
potencialidades de uma escola. Se por vezes andamos
perdidos, esta iniciativa foi, e será, uma forma de nos
descobrirmos e de nos encontrarmos.
No meu caso
particular, entrei no Projecto "Riscos e Ecos” um pouco sem
saber o que queria ir lá buscar. Apenas conhecia algumas
pessoas ligadas ao mesmo, pessoas essas com as quais eu
mantinha uma certa afinidade. Tudo o mais que me acontecesse
seria novo para mim. A curiosidade de saber e de fazer
coisas que há já alguns anos me encantavam foi um passo
decisivo para que a minha integração nas actividades de
Artesanato Religioso, Teatro e Mímica se concretizasse.
Queria realmente conhecer em mim facetas que até então se
mantiveram ocultas, e desenvolver capacidades que nunca
tinha descoberto e que queria assazmente brotá-las para
fora.
A princípio tudo
me foi estranho. Depois foi a descoberta de que ali havia
amizade e uma convivência igual à de uma família numerosa
que tudo faz para ser feliz e fazer os outros felizes. As
relações existentes vão além da presença afectiva de pessoas
em convívio. Há mesmo um espírito de entreajuda para
solucionar problemas de carácter Individual, sem exclusão de
partes. Esta foi a minha primeira grande descoberta:
precisava que me fizessem feliz e estas pessoas conseguiram
fazê-lo. Por outro lado, há a parte prática na qual o
projecto assenta as suas bases de existência – Artesanato
Marítimo, Religioso, Tecelagem e Macramé, Mímica, Teatro
Clássico e de Sombras. Estas actividades proporcionam aos
alunos nelas envolvidas, exercício do poder de imaginação e
criatividade que muitas vezes nos é fechado por falta de
meios necessários. Este não é o caso. A Escola Secundária de
José Estêvão e o Projecto "Riscos e Ecos” são uma dádiva
para aqueles que ousam fazer coisas diferentes e
principalmente dar a conhecer a outras pessoas que o
trabalho desenvolvido é suficientemente positivo para que
outros projectos idênticos surjam, não necessariamente em
Escolas, mas por todas as comunidades que sintam vontade de
os criar.
No contexto
geral desta experiência ganhei maior à-vontade, descobri-me
a mim próprio, geri sentimentos e, mais importante que tudo,
fizeram-me feliz e ensinaram-me a dar felicidade. Esta foi
sem dúvida a grande lição que me foi dada no Projecto –
«Faz-me feliz e a minha retribuição será felicidade».
Resta-me falar
da pessoa que dá alma a todo o projecto, o Professor Duarte
José Morgado. Ele foi mais que um mero professor. Ele é o
amigo de todos nós, o elo no qual assenta a ligação
espiritual de todo o projecto. O professor Duarte Morgado dá
sempre um pouco de azul onde é preciso. As suas qualidades,
não só profissionais como também sociais, fazem dele a
essência de todo o objectivo do grupo. A disponibilidade,
generosidade e profissionalismo são factores preponderantes
na sua formação, daí o bem-estar e bom relacionamento com
todos os elementos das actividades do projecto.
Como conclusão
deste meu primeiro ano no projecto, considero-o como
extremamente rico em todos os parâmetros socioculturais,
abrindo-me novos horizontes e, sobretudo, para poder
enfrentar certas situações com outro espírito e vontade.
Queria agradecer
à Escola Secundária de José Estêvão, na pessoa do Senhor
Professor Arsélio Martins, e, em particular, ao Professor
Duarte Morgado pela compreensão, boa vontade e amizade que
me foram dirigidas durante todo este ano de trabalho.
Grato pelo vosso
incentivo.
João Carlos
Vieira Fernandes
P.S. – Que o Bom Trabalho continue. |