Estes grupos realizaram diversos trabalhos, alguns deles muito
belos e bem executados, que estiveram expostos na sala de
Actividades do Grupo e parte deles foi ainda exposta no Ponto de
Encontro promovido pela DREC em Coimbra. No Ponto de Encontro
estiveram a fazer demonstrações da forma de trabalhar, Duarte
Morgado, Esmeralda Assunção, Aurora Oliveira e Alice Silva
(artesanato religioso) e João Pedro Martins (Tecelagem).
"Se queres ser feliz a vida inteira, faz-te
jardineiro”
Sabedoria chinesa... Nós não temos um pedaço de terra, e nem
sequer a vida inteira. Resta-nos algum engenho e um certo gosto
pelo «faz de conta». Resolvemos aderir a um projecto da Escola
Aberta à Comunidade e fomos aprender a fazer flores.
O cenário está perfeito. Espaço amplo, vidraças grandes, com
cortinas para toldar a luz. Dum lado: mesas compridas e
cadeiras. É o nosso canteiro.
Em frente há um espelho de camarim, com uma cabeleira pendurada
(Esquecimento? Retoque da decoração?). Numa fileira de cruzetas,
as roupas e outros apetrechos do disfarce. Nas paredes,
cartazes, fotografias, tapeçarias já acabadas ou por acabar. Que
há muitas espécies de jardins.
Por baixo das vidraças grandes há uma fila de armários, porque,
mesmo no reino do imaginar, é preciso haver ordem. É de dentro
desses armários que saem os condimentos para as nossas flores:
os arames, o sisal, os alicates, as colas, o papel e as tintas.
E as mesas animam-se numa grande profusão de cores e de feitios.
Para dar um toque de requinte à obra feita, o papel tem nome
francês: é o papel "Canson". E o trabalho começa. Põe-se à prova
a destreza e a imaginação. Risca-se, corta-se, improvisa-se.
Ninguém está calado. Comentam-se acontecimentos, fala-se da
família, da escola, de recordações, contam-se anedotas, ouve-se
música e até se bebe chá e se comem bolos. Há mesmo quem perca a
vergonha e cante uma canção. |
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Convive-se.
Os alunos, se também não estão a ali a trabalhar, entram e saem,
cumprimentam e olham, olham muito as senhoras professoras e as
outras que não são professoras, ali sentadas a rir e a cortar papel.
Que quererão dizer aqueles olhares silenciosos?
As indicações do professor ensinam-nos a moldar as pétalas e a
montar todo o conjunto. Se o cravo se parece mais com uma dália e a
rosa não passa de camélia murcha, é porque as mãos do jardineiro
estavam menos inspiradas. A obra acabada nunca é feia. É só
diferente...
Colhem-se, por fim, todas as flores e montam-se os ramos. Aí não
entra só o engenho. Há muito desespero, muita raiva, muito papel
rasgado, muita cola intrometida, muito dizer que não. Ajuda o
professor, consola-nos o companheiro e só então o ramo nasce.
São momentos como estes que nos fazem um pouco mais felizes.
Teatro
As Turmas
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