Escola Secundária José Estêvão, n.º 20, Dezembro de 1997


Não há qualquer relação de dependência
/ 3 / com as diversas escolas básicas e nem há critérios seguros para estabelecer o tipo e natureza do serviço a prestar. Sendo assim, a escola tem vindo a definir-se mais como a escola dos seus professores que como a escola que presta serviços necessários à comunidade que devia servir.

É de facto, relativamente ao seu corpo docente e às tradições e a certas representações – ligadas ao ensino liceal – que a comunidade se posiciona no acesso aos serviços de educação que se prestam. Tem-se vindo a realizar alguns estudos que confirmam a não complementaridade da escola no que respeita a serviços prestados e confirmam alguma complementaridade nos públicos que procuram as diferentes escolas. Dito de outro modo, se é verdade que a escola se tem recusado a descrever as suas intenções e a sua forma de estar na cidade, os pais e os cidadãos atribuem-lhe qualidades e intenções e posicionam-se relativamente a ela como se se posicionassem relativamente a um projecto educativo (liceal, elitista...) existente de facto, independentemente e consistente com a cidade.

A comunidade atribuiu à escola um papel e confirma pelas ideias que mantém há tantos anos que a escola cumpre o papel que lhe foi atribuído por esse mapa de ideias velho de várias décadas.

De qualquer modo, estamos a viver um período de transição para um novo modelo de direcção, administração e gestão de escola e será necessário apoiar as alterações, dar um corpo organizado a algumas ideias como pontes para essa nova ou velha escola. E é, por isso, e também para responder a algumas perplexidades dos serviços de inspecção e evitar prejuízos nas relações com os diversos subsistemas (em particular, programas financiadores de projectos) que a actividade do Conselho Pedagógico deste ano está centrada no estudo para a elaboração do projecto educativo da escola. De resto, vamos manter as boas práticas do ano lectivo transacto, centradas nas turmas e nas coordenações dos directores de turma, no aprofundamento da autonomia dos diferentes colégios e seus dirigentes, na abertura do conselho pedagógico à escola e ao exterior para os grandes temas, no apoio diversificado às iniciativas dos diversos órgãos de apoio do conselho pedagógico e dos alunos.

Consideramos como parte integrante do plano de actividades da escola todas as iniciativas declaradas dos conselhos de grupo e dos conselhos de turma, bem como as iniciativas dos clubes, a área-escola (unificada pelo tema dos direitos humanos, que vai ter concretizações diversíssimas), das organizações autónomas que trabalham em parceria com a escola – desde o centro de formação da associação de escolas até às associações de estudantes, à associação cultural LABOR, ou ao grupo local da amnistia internacional.)

 

 

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