Apoio pedagógico acrescido
Já quase todos nós teremos vivido a experiência das Aulas
de Apoio.
Os desabafos que íamos trocando entre colegas, os
cansaços e as derrotas que íamos confessando, poderão permitir-me o
atrevimento de generalizar a frustração que representaram essas
experiências.
Basta lembrar que, em muitas situações, as aulas de apoio
vinham completar horários lectivos, que não conhecíamos os alunos e que
a avaliação que, de forma morosa, íamos fazendo das suas competências e
motivações nunca seria muito correcta, já que estávamos sempre distantes
da verdadeira interacção educativa que a comunicação em sala de aula
regula.
Salvaguardado, obviamente, experiências que terão
respondido a expectativas e que gratificaram aluno e professor.
Os falhanços têm, afinal, esse poder de reconstrução que
nos desafia a procurar soluções novas.
Este ano lectivo, a Escola ensaia respostas diferentes à
questão do Apoio Pedagógico, através da "Sala de Estudo" e das aulas de
apoio temporário. Da primeira, as professoras mais directamente
responsáveis deram notícias no número anterior do "Aliás"; em relação à
segunda, poderei já fazer algumas observações. Repensar as aulas de
apoio significou, antes de mais, redefinir os seus objectivos,
considerando que esse trabalho visará ajudar o aluno a superar
"obstáculos" precisos que perturbam a sua progressão na aprendizagem.
Assim, esta actividade passou a ter carácter temporário, pontual, de
acordo com as necessidades e motivações (de alunos e professores) e com
objectivos muito específicos. E, de facto, as razões que têm motivado
estas aulas têm sido diversificadas, bem como a tipologia de problemas
que se procuram resolver.
A experiência é ainda muito curta para permitir uma
avaliação e ela caberá essencialmente aos agentes nela envolvidos –
professor, director de turma e aluno. Mas, o que parece desde já
possível evidenciar é a predisposição e a disponibilidade que os
professores têm manifestado para desenvolverem esse trabalho nos moldes
que agora foram propostos entre os meses de Dezembro e Março, 34
professores prestaram apoio (extra-curricuIar) aos seus alunos. É um
indicador positivo.
Que os resultados deste trabalho vão motivando e
reencorajando sempre novos trabalhos!
H.I.V.?
Se sei o que é?! Mas afinal o que é?
Todas as pessoas já ouviram falar de SIDA.
Quase todas as pessoas já ouviram falar de H.L.V.
Das "quase todas", algumas sabem dizer o que é o H.l.V.,
mas quase nenhumas sabem como vive o H.L.V., como se transmite, como se
evita o seu contágio, etc., e, no entanto, ele vive connosco, no nosso
espaço, no nosso vizinho, no nosso tempo.
E de que modo afecta ele a nossa sexualidade?
Quando nos falam dele quase sempre ouvimos em silêncio,
respondemos em silêncio e pensamos que isso é com os outros. Foi para
romper o nosso e o vosso silêncio, as nossas e as vossas dúvidas que a
turma D do 11.º ano da Escola teve a iniciativa de tornar a sua
área-escola num espaço aberto para o esclarecimento da SIDA; poderia ter
sido mais fácil fazer outra coisa, mas escapámos à tentação da comum
visita de estudo ou dos aspectos da poluição da ria de Aveiro tão
badalados...
Escolhemos como ponto de partida deste projecto a visita
(no dia 1 de Fevereiro) à exposição SIDADANIA, no museu de Ciência da
Universidade de Lisboa, na qual participou toda a turma.
A exposição, muito elucidativa, ajudou-nos a esboçar
melhor o nosso plano de trabalho. Desde então, temo-nos empenhado
profundamente no nosso projecto: elaborámos e distribuímos um inquérito
à população escolar, para a qual professores, funcionários e alunos de
todos os anos de escolaridade foram "recrutados" a responder. Foram
inquiridas 262 pesas e os resultados foram tratados estatisticamente
(estes vão estar afixados em "Placards" na escola).
Apesar de aleatórios, os resultados remeteram-nos para
outro desafio: um debate que vamos realizar no dia 22 de Abril pelas 10
horas no ISCAA, subordinado ao tema "SIDA E SEXUALIDADE". Teremos o
prazer de receber o Sr. Dr. Teixeira de Sousa (psiquiatria do Hospital
de S. João do Porto), a Sr.ª Dr.ª Helena Barros Leite (ginecologista da
Maternidade Bissaia Barreto de Coimbra) e o Centro de Saúde de Aveiro,
que têm uma vasta experiência junto das camadas mais jovens. Eles
estarão à tua disposição para lhes colocares as questões que entenderes.
Rompe também o teu silêncio.
Não fiques mais uma vez calado.
Apesar de contactados, nem a "Abraço" (Delegação de
Lisboa), nem o Dr. Machado Vaz poderio estar presentes no debate, por
motivos de força maior. O debate destina-se a alunos do 10.º, 11.º e
12.º ano e a professores, por razões óbvias.
Para ti, se és do 1.º 11.º ou 12.º aparece. Para os que
pensam que sabem tudo que o mostrem participando. Lá estaremos para ver!
Sê Inteligente. Deixa-te Actualizar.
Os alunos do 11.º D
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