Escola Secundária José Estêvão, n.º 16, Jan.-Mar. de 1996

 


Apoio pedagógico acrescido


Já quase todos nós teremos vivido a experiência das Aulas de Apoio.

Os desabafos que íamos trocando entre colegas, os cansaços e as derrotas que íamos confessando, poderão permitir-me o atrevimento de generalizar a frustração que representaram essas experiências.

Basta lembrar que, em muitas situações, as aulas de apoio vinham completar horários lectivos, que não conhecíamos os alunos e que a avaliação que, de forma morosa, íamos fazendo das suas competências e motivações nunca seria muito correcta, já que estávamos sempre distantes da verdadeira interacção educativa que a comunicação em sala de aula regula.

Salvaguardado, obviamente, experiências que terão respondido a expectativas e que gratificaram aluno e professor.

Os falhanços têm, afinal, esse poder de reconstrução que nos desafia a procurar soluções novas.

Este ano lectivo, a Escola ensaia respostas diferentes à questão do Apoio Pedagógico, através da "Sala de Estudo" e das aulas de apoio temporário. Da primeira, as professoras mais directamente responsáveis deram notícias no número anterior do "Aliás"; em relação à segunda, poderei já fazer algumas observações. Repensar as aulas de apoio significou, antes de mais, redefinir os seus objectivos, considerando que esse trabalho visará ajudar o aluno a superar "obstáculos" precisos que perturbam a sua progressão na aprendizagem. Assim, esta actividade passou a ter carácter temporário, pontual, de acordo com as necessidades e motivações (de alunos e professores) e com objectivos muito específicos. E, de facto, as razões que têm motivado estas aulas têm sido diversificadas, bem como a tipologia de problemas que se procuram resolver.

A experiência é ainda muito curta para permitir uma avaliação e ela caberá essencialmente aos agentes nela envolvidos – professor, director de turma e aluno. Mas, o que parece desde já possível evidenciar é a predisposição e a disponibilidade que os professores têm manifestado para desenvolverem esse trabalho nos moldes que agora foram propostos entre os meses de Dezembro e Março, 34 professores prestaram apoio (extra-curricuIar) aos seus alunos. É um indicador positivo.

Que os resultados deste trabalho vão motivando e reencorajando sempre novos trabalhos!

ÁREA ESCOLA

H.I.V.?

Se sei o que é?! Mas afinal o que é?

 Todas as pessoas já ouviram falar de SIDA.

Quase todas as pessoas já ouviram falar de H.L.V.

Das "quase todas", algumas sabem dizer o que é o H.l.V., mas quase nenhumas sabem como vive o H.L.V., como se transmite, como se evita o seu contágio, etc., e, no entanto, ele vive connosco, no nosso espaço, no nosso vizinho, no nosso tempo.

E de que modo afecta ele a nossa sexualidade?

Quando nos falam dele quase sempre ouvimos em silêncio, respondemos em silêncio e pensamos que isso é com os outros. Foi para romper o nosso e o vosso silêncio, as nossas e as vossas dúvidas que a turma D do 11.º ano da Escola teve a iniciativa de tornar a sua área-escola num espaço aberto para o esclarecimento da SIDA; poderia ter sido mais fácil fazer outra coisa, mas escapámos à tentação da comum visita de estudo ou dos aspectos da poluição da ria de Aveiro tão badalados...

Escolhemos como ponto de partida deste projecto a visita (no dia 1 de Fevereiro) à exposição SIDADANIA, no museu de Ciência da Universidade de Lisboa, na qual participou toda a turma.

A exposição, muito elucidativa, ajudou-nos a esboçar melhor o nosso plano de trabalho. Desde então, temo-nos empenhado profundamente no nosso projecto: elaborámos e distribuímos um inquérito à população escolar, para a qual professores, funcionários e alunos de todos os anos de escolaridade foram "recrutados" a responder. Foram inquiridas 262 pesas e os resultados foram tratados estatisticamente (estes vão estar afixados em "Placards" na escola).

Apesar de aleatórios, os resultados remeteram-nos para outro desafio: um debate que vamos realizar no dia 22 de Abril pelas 10 horas no ISCAA, subordinado ao tema "SIDA E SEXUALIDADE". Teremos o prazer de receber o Sr. Dr. Teixeira de Sousa (psiquiatria do Hospital de S. João do Porto), a Sr.ª Dr.ª Helena Barros Leite (ginecologista da Maternidade Bissaia Barreto de Coimbra) e o Centro de Saúde de Aveiro, que têm uma vasta experiência junto das camadas mais jovens. Eles estarão à tua disposição para lhes colocares as questões que entenderes. Rompe também o teu silêncio.

Não fiques mais uma vez calado.

Apesar de contactados, nem a "Abraço" (Delegação de Lisboa), nem o Dr. Machado Vaz poderio estar presentes no debate, por motivos de força maior. O debate destina-se a alunos do 10.º, 11.º e 12.º ano e a professores, por razões óbvias.

Para ti, se és do 1.º 11.º ou 12.º aparece. Para os que pensam que sabem tudo que o mostrem participando. Lá estaremos para ver! Sê Inteligente. Deixa-te Actualizar.

Os alunos do 11.º D
 

Aliás, Escola Secundária José Estêvão

 

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