Mas todos os anos se executam mais ou menos as
/
3 / actividades previstas, ao sabor das
iniciativas dos grupos de docência ou deste e daquele docente. E, nesta
escola, têm-se tomado muitas iniciativas pioneiras que, para além do seu
valor intrínseco, proporcionaram a aquisição de equipamentos e logo a
sua reprodução em novos projectos. Ora para que isto aconteça, uma parte
razoável das energias dos docentes mais responsáveis é gasta a encontrar
meios alternativos de financiamento que não passam pelo apertado
orçamento da escola. Muitas outras iniciativas acabam por ser suportadas
pelos docentes e pelos discentes que as promovem e apoiam. Recentemente,
há grupos de docência e escolas que descobriram o Centro de Formação
como fonte de financiamento das suas actividades de formação exclusivas.
Os documentos oficiais referem a necessidade do projecto
educativo e do plano de actividades, como referem muitas outras coisas,
sem, em momento algum, referirem as formas e fontes de financiamento.
Quem escreve os documentos oficiais sabe que a estes planos de
actividade não corresponde qualquer obrigação financeira e sabe que os
professores do ensino público não estão habituados a orçamentar e a
prever custos a longo prazo e sabe que os orçamentos das escolas e a
diferença que separa os anos económicos dos anos escolares incapacita os
Conselhos Administrativos para prever quaisquer financiamentos a prazo.
Não há hipocrisia maior que a hipocrisia oficial.
Assim é este ano.
Mais uma vez se publica a lista de actividades propostas
pelos grupos, sem indicações de custos, e sem se compreender bem como é
que cada uma delas se integra num plano geral. É claro que muitas delas
se integram facilmente numa ideia geral de completar ou prolongar o
serviço lectivo que é prestado. E, para estas, os Conselhos Directivo e
Administrativo encontram, em colaboração com os promotores, meios termos
simples para resolver as situações (sempre instante a instante). Não
havendo planificação de custos a prazo, há resoluções instantâneas.
Sobre o Centro de Formação, de que a nossa escola é associada, é nosso
entendimento que a escola deve disponibilizar, sempre que possível, as
suas iniciativas para serem utilizadas pelo Centro e pelos seus utentes.
Do mesmo modo, a escola deve apresentar ao Centro as suas sugestões de
iniciativas que considere úteis para grandes conjuntos de professores e
disponibilizar recursos humanos para as conceber, preparar e para as
executar. Podemos dizer que, em parte, os membros da nossa secção de
formação do Conselho Pedagógica deveriam trabalhar em estreita ligação
com o Centro de Formação. E claro, a escola deve utilizar as iniciativas
do Centro e não deve, com as suas acções particulares, desdobrar
desnecessariamente e enfraquecer a actividade de formação do Centro.
Para este ano de 1995/96, vale a pena referir as
actividades distintas dos Conselhos Directivo e Pedagógico no que
respeita a questões fundamentais e sobre a forma de realizar as
consultas à escola e à comunidade em que se integra, a saber:
▪ definição das ofertas da escola, com discussão da
actual situação (horários e adequação de instalações e equipamentos) e
dos futuros graus de liberdade de escolha para os estudantes do ensino
secundário;
▪ consequente reelaboração de critérios para os horários
de estudantes;
▪ definição e experimentação de formas de apoio aos
estudantes, na actual situação dos horários, e de reelaboração das
condutas e formas organizacionais (qualificar e revalorizar a estrutura
das Direcções e Conselhos de Turma) a considerar no apoio pedagógico
acrescido:
▪ redefinição, recolocação de competências e formas de
garantir liberdade (aqui sim) para o cumprimento da curricular área
escola e para as actividades de complemento curricular, nas condições
físicas, de recursos humanos existentes, de directivas e decisões dos
grupos de docência, de directivas e decisões dos Conselhos de Turma;
/ 4 /
▪ publicação de um órgão de informação da escola para a
escola e da escola para a comunidade (Aliás?), bem como definição de
outras formas de informação e consulta que apoiem as decisões.
Lateralmente às restantes iniciativas, mas assumindo-se
como um pólo de atracção da actividade de toda a escola, está o Encontro
Nacional do Teatro Escolar que, vai paralisar a escola durante a última
semana de Abril, fazendo deslocar para o prazo da sua realização todas
as actividades que antes incidiam temporalmente na semana que rodeia o
dia 25 de Maio. Esta iniciativa de âmbito nacional que já está decidida,
desde o anterior ano lectivo, tem de mobilizar meios avultados, quer
internamente à esco!a, quer ao nível de instâncias locais, regionais e
nacionais. Esta iniciativa é orçamentada e tem vindo a ser preparada
desde há meses, não tendo, até fins de 1995, realizado o capital
necessário ao seu financiamento.
A escola vai assumir uma parte importante do seu
financiamento, quer por dispensa de recursos humanos necessários, quer
por disponibilização de alguns recursos orçamentados – salas,
computadores, comunicações (telefone, fax, correio), papéis, impressões,
etc. – que a escola pode fornecer, quer por disponibilização de verba a
ser gerida pela comissão organizadora.
A propósito do Encontro Nacional de Teatro Escolar, fica
proposta a publicação de um número especial temático da “LABOR”, de
memória sobre a antiga “LABOR”, sobre José Pereira Tavares e o seu
trabalho, em especial, no apoio e desenvolvimento de iniciativas de
Teatro Escolar.
A Escola participa ainda, directamente e indirectamente,
em iniciativas concertadas com o Centro de Estudos de Telecomunicações,
com a Coordenação da Área Educativa de Aveiro, com o Centro de Formação
da Associação de Escolas do Concelho de Aveiro e com a Câmara Municipal
de Aveiro, a saber:
▪ Demonstradores de Tecnologias e Serviços – RIA;
▪ Training Educators through Networks and Distributors –
TRENDs;
▪ Acções de formação;
▪ História ao Vivo;
▪ Exposições;
▪ etc.
Tem sido muito difícil, planificar e gerir o fundamental
do pré-definido plano de actividades de uma escola que é a prestação do
serviço mínimo lectivo a todos os estudantes que dependem desta escola
para prosseguir os seus estudos. A principal preocupação deste ano
rondará, como antes, em volta de melhorar as condições de vida dos
estudantes e dos professores, que passa por equilibrar a oferta dos
serviços da escola e garantir semanários/horários mais adequados e
dignos, garantir formas de verdadeiro apoio (pontual) a todos os
estudantes com dificuldades, lutar por uma licença de habitabilidade
(instalações sanitárias dignas desse nome, mínimas condições de trabalho
nas salas de aula e nas salas de trabalho e convívio de discentes e
docentes).
Os grupos de apoio e os Conselhos devem esforçar-se por
retirar lições das actividades deste ano (uma a uma) e preparar-se para
propor até ao fim do ano lectivo algumas medidas e a realização de
algumas actividades que possam constituir o eixo das preocupações para
1995/%. Ao longo do ano, devem reforçar-se a participação dos docentes e
não docentes, dos discentes e as ligações com as outras escolas de
Aveiro e com o Centro de Formação. Esse reforço deve ter consequências
práticas em propostas de actividades e meios de aprofundar cooperações
várias no próximo ano.
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