Escola Secundária José Estêvão, n.º 15, Set.-Dez. de 1995


Mas todos os anos se executam mais ou menos as / 3 / actividades previstas, ao sabor das iniciativas dos grupos de docência ou deste e daquele docente. E, nesta escola, têm-se tomado muitas iniciativas pioneiras que, para além do seu valor intrínseco, proporcionaram a aquisição de equipamentos e logo a sua reprodução em novos projectos. Ora para que isto aconteça, uma parte razoável das energias dos docentes mais responsáveis é gasta a encontrar meios alternativos de financiamento que não passam pelo apertado orçamento da escola. Muitas outras iniciativas acabam por ser suportadas pelos docentes e pelos discentes que as promovem e apoiam. Recentemente, há grupos de docência e escolas que descobriram o Centro de Formação como fonte de financiamento das suas actividades de formação exclusivas.

Os documentos oficiais referem a necessidade do projecto educativo e do plano de actividades, como referem muitas outras coisas, sem, em momento algum, referirem as formas e fontes de financiamento. Quem escreve os documentos oficiais sabe que a estes planos de actividade não corresponde qualquer obrigação financeira e sabe que os professores do ensino público não estão habituados a orçamentar e a prever custos a longo prazo e sabe que os orçamentos das escolas e a diferença que separa os anos económicos dos anos escolares incapacita os Conselhos Administrativos para prever quaisquer financiamentos a prazo. Não há hipocrisia maior que a hipocrisia oficial.

Assim é este ano.

Mais uma vez se publica a lista de actividades propostas pelos grupos, sem indicações de custos, e sem se compreender bem como é que cada uma delas se integra num plano geral. É claro que muitas delas se integram facilmente numa ideia geral de completar ou prolongar o serviço lectivo que é prestado. E, para estas, os Conselhos Directivo e Administrativo encontram, em colaboração com os promotores, meios termos simples para resolver as situações (sempre instante a instante). Não havendo planificação de custos a prazo, há resoluções instantâneas. Sobre o Centro de Formação, de que a nossa escola é associada, é nosso entendimento que a escola deve disponibilizar, sempre que possível, as suas iniciativas para serem utilizadas pelo Centro e pelos seus utentes. Do mesmo modo, a escola deve apresentar ao Centro as suas sugestões de iniciativas que considere úteis para grandes conjuntos de professores e disponibilizar recursos humanos para as conceber, preparar e para as executar. Podemos dizer que, em parte, os membros da nossa secção de formação do Conselho Pedagógica deveriam trabalhar em estreita ligação com o Centro de Formação. E claro, a escola deve utilizar as iniciativas do Centro e não deve, com as suas acções particulares, desdobrar desnecessariamente e enfraquecer a actividade de formação do Centro.

Para este ano de 1995/96, vale a pena referir as actividades distintas dos Conselhos Directivo e Pedagógico no que respeita a questões fundamentais e sobre a forma de realizar as consultas à escola e à comunidade em que se integra, a saber:

▪ definição das ofertas da escola, com discussão da actual situação (horários e adequação de instalações e equipamentos) e dos futuros graus de liberdade de escolha para os estudantes do ensino secundário;

▪ consequente reelaboração de critérios para os horários de estudantes;

▪ definição e experimentação de formas de apoio aos estudantes, na actual situação dos horários, e de reelaboração das condutas e formas organizacionais (qualificar e revalorizar a estrutura das Direcções e Conselhos de Turma) a considerar no apoio pedagógico acrescido:

▪ redefinição, recolocação de competências e formas de garantir liberdade (aqui sim) para o cumprimento da curricular área escola e para as actividades de complemento curricular, nas condições físicas, de recursos humanos existentes, de directivas e decisões dos grupos de docência, de directivas e decisões dos Conselhos de Turma; / 4 /

▪ publicação de um órgão de informação da escola para a escola e da escola para a comunidade (Aliás?), bem como definição de outras formas de informação e consulta que apoiem as decisões.

Lateralmente às restantes iniciativas, mas assumindo-se como um pólo de atracção da actividade de toda a escola, está o Encontro Nacional do Teatro Escolar que, vai paralisar a escola durante a última semana de Abril, fazendo deslocar para o prazo da sua realização todas as actividades que antes incidiam temporalmente na semana que rodeia o dia 25 de Maio. Esta iniciativa de âmbito nacional que já está decidida, desde o anterior ano lectivo, tem de mobilizar meios avultados, quer internamente à esco!a, quer ao nível de instâncias locais, regionais e nacionais. Esta iniciativa é orçamentada e tem vindo a ser preparada desde há meses, não tendo, até fins de 1995, realizado o capital necessário ao seu financiamento.

A escola vai assumir uma parte importante do seu financiamento, quer por dispensa de recursos humanos necessários, quer por disponibilização de alguns recursos orçamentados – salas, computadores, comunicações (telefone, fax, correio), papéis, impressões, etc. – que a escola pode fornecer, quer por disponibilização de verba a ser gerida pela comissão organizadora.

A propósito do Encontro Nacional de Teatro Escolar, fica proposta a publicação de um número especial temático da “LABOR”, de memória sobre a antiga “LABOR”, sobre José Pereira Tavares e o seu trabalho, em especial, no apoio e desenvolvimento de iniciativas de Teatro Escolar.

A Escola participa ainda, directamente e indirectamente, em iniciativas concertadas com o Centro de Estudos de Telecomunicações, com a Coordenação da Área Educativa de Aveiro, com o Centro de Formação da Associação de Escolas do Concelho de Aveiro e com a Câmara Municipal de Aveiro, a saber:

▪ Demonstradores de Tecnologias e Serviços – RIA;

▪ Training Educators through Networks and Distributors – TRENDs;

▪ Acções de formação;

▪ História ao Vivo;

▪ Exposições;

▪ etc.

Tem sido muito difícil, planificar e gerir o fundamental do pré-definido plano de actividades de uma escola que é a prestação do serviço mínimo lectivo a todos os estudantes que dependem desta escola para prosseguir os seus estudos. A principal preocupação deste ano rondará, como antes, em volta de melhorar as condições de vida dos estudantes e dos professores, que passa por equilibrar a oferta dos serviços da escola e garantir semanários/horários mais adequados e dignos, garantir formas de verdadeiro apoio (pontual) a todos os estudantes com dificuldades, lutar por uma licença de habitabilidade (instalações sanitárias dignas desse nome, mínimas condições de trabalho nas salas de aula e nas salas de trabalho e convívio de discentes e docentes).

Os grupos de apoio e os Conselhos devem esforçar-se por retirar lições das actividades deste ano (uma a uma) e preparar-se para propor até ao fim do ano lectivo algumas medidas e a realização de algumas actividades que possam constituir o eixo das preocupações para 1995/%. Ao longo do ano, devem reforçar-se a participação dos docentes e não docentes, dos discentes e as ligações com as outras escolas de Aveiro e com o Centro de Formação. Esse reforço deve ter consequências práticas em propostas de actividades e meios de aprofundar cooperações várias no próximo ano.


 

Aliás, Escola Secundária José Estêvão

 

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