as
aves que não semeiam
nem
colhem
são
as do céu,
as
outras perdem penas
com a
negação do cultivo
o
acesso ao ninho
que
não têm
bem
como à clara luz
que é
o Deus do seu direito,
arriscam e partem
ainda
que de asas quebradas
guiadas pela fome da verdade
por
rumos de incerteza
e lá
vão cientes de si
cruzando céus de cinza
adejando com a fúria
espumosa do esquecimento
dos
que ficam,
porque é curta a vista
que o
olho humano alcança
mesmo
quando o egoísmo
não é
míope.
Abril de 2024 |