Coberto pelo manto da razão
E
sobraçando o cânone da fé
Vai o
destemido eremita guerreiro
Desfolhar o almanaque da crença
À
margem de pitonisas e cassandras
E,
impaciente na solidão do retiro
Convoca os de longe e os de perto
Voga
entre certezas e dúvidas
Cisma
sobre os enigmas do mundo
Resolve dilemas, toma decisões
Nunca
perdendo o rumo ou direcção
Na
rota espiritual de alcançar a luz
A
deslumbrante luz da reconciliação
Para
ser derramada em esplendor
Na
soberana essência que o reclama.
Ele
sente que só um grande amor
Um
abraço que ninguém deslaça
Vai
para além do que se promete
Come
a pólvora, cospe o rancor
Porque o dinamismo que o gerou
Foi
capaz de dar um sentido à vida.
Maio de 2020 |