Eremita Guerreiro

 

Coberto pelo manto da razão

E sobraçando o cânone da fé

Vai o destemido eremita guerreiro

Desfolhar o almanaque da crença

À margem de pitonisas e cassandras

E, impaciente na solidão do retiro

Convoca os de longe e os de perto

Voga entre certezas e dúvidas

Cisma sobre os enigmas do mundo

Resolve dilemas, toma decisões

Nunca perdendo o rumo ou direcção

Na rota espiritual de alcançar a luz

A deslumbrante luz da reconciliação

Para ser derramada em esplendor

Na soberana essência que o reclama.

 

 

Ele sente que só um grande amor

Um abraço que ninguém deslaça

Vai para além do que se promete

Come a pólvora, cospe o rancor

Porque o dinamismo que o gerou

Foi capaz de dar um sentido à vida.

                          Maio de 2020

 

 

26-05-2022