XIII ANTOLOGIA do Círculo Nacional d'Arte e Poesia, 2015, 72 páginas.

 

PREFÁCIO


Falar de uma Antologia de Poesia é antes de tudo o mais falar de Sonhos.

São sonhos os versos, sós ou emparelhados dois a dois, em grupos formais de três ou quatro, as mais das vezes. Formas com nomes: quadras, quintilhas, quiçá sextilhas, décimas, em grupo, colectivos para não se sentirem tão sós!

São sonhos que rimam ou são livres de rimar, de métricas silábicas ou espontâneos no seu versejar.

São sonhos provindos do Mar, trazendo o cheiro, o sabor dos frutos que o mar nos dá. Palavras em conchas, búzios, vieiras... Letras, grãozinhos de areia das praias. Água de mar ou nascente cristalina de fontes.

Falar de Antologia, é falar de Terra, do cheiro da terra lavrada, dos pássaros que enchem os regos que a alfaia rasgou...

Mar, Terra. E Ar! As nuvens que passam e perpassam, criando formas e ilusões. O vento que sibila, nos sussurra cálido e suave ou nos atormenta devaneios e solidões, calma rias ou tempestades, brisas frescas de oceano ou suão abrasador do deserto.

Gaivotas, andorinhas voando, águias planando... cânticos de rouxinol.

É também falar de Fogo. De fogo que arde, que queima em combustão lenta e amortecida ou que em labaredas ateia e incendeia corpos e corações!

Falar de mar, de terra, de fontes de água cristalina, de ar e de fogo é, antes de tudo o mais, falar de Pessoas. É falar de Gentes, de Almas que se transcendem, que se evolam nos Céus da Criação, que nos transmitem anseios e devaneios, propósitos e sentimentos (alegres ou tristes), mas que nos trazem o seu melhor, nos ofertam o seu Ser e o seu Querer.

Uma Antologia é sempre a força de um colectivo. A pujança de um coro, de um grupo coral, uma orquestra...

A força de um sentimento comum que nos une, nos irmana com outros Seres (Humanos) que se prezam.

Como em qualquer outro trabalho colectivo, seja na Arte ou noutra qualquer vertente humana, há sempre quem organize, coordene, junte as pontas soltas, desfaça os nós, desate as tramas que por vezes tramam os fins, enredados nos meios. E quem produza, o acto material de produção de um objecto tão significante, ainda e cada vez mais, como é um Livro!

Falar de Antologia é falar de pessoas e de cada Pessoa, de poetas e de cada Poeta, de almas e de cada Alma, que à Poesia entregam o seu estro, o seu querer e o seu saber, é falar de quem sonha e não perde essa faculdade de sonhar.

Parabéns a todos os sonhadores, a todos os antologiados, artífices e construtores de sonhos. Parabéns e obrigado a todos e à mestre, maestrina desta orquestra, que com maestria, de forma humilde e discreta, conduz este Círculo de amigos, neste trabalho de Arte e Poesia materializado nesta Antologia. A XIII. Parabéns e obrigado a todos!

Viva a XIII Antologia do Círculo Nacional D'Arte e Poesia!

Francisco Carita Mata


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