PREFÁCIO
Falar de uma Antologia de Poesia
é antes de tudo o mais falar de Sonhos.
São sonhos os versos, sós ou
emparelhados dois a dois, em grupos formais de três ou quatro, as
mais das vezes. Formas com nomes: quadras, quintilhas, quiçá
sextilhas, décimas, em grupo, colectivos para não se sentirem tão
sós!
São sonhos que rimam ou são livres de
rimar, de métricas silábicas ou espontâneos no seu versejar.
São sonhos provindos do Mar, trazendo o
cheiro, o sabor dos frutos que o mar nos dá. Palavras em conchas,
búzios, vieiras... Letras, grãozinhos de areia das praias. Água de
mar ou nascente cristalina de fontes.
Falar de Antologia, é falar de Terra, do
cheiro da terra lavrada, dos pássaros que enchem os regos que a
alfaia rasgou...
Mar, Terra. E Ar! As nuvens que passam e
perpassam, criando formas e ilusões. O vento que sibila, nos
sussurra cálido e suave ou nos atormenta devaneios e solidões, calma
rias ou tempestades, brisas frescas de oceano ou suão abrasador do
deserto.
Gaivotas, andorinhas voando, águias
planando... cânticos de rouxinol.
É também falar de Fogo. De fogo que
arde, que queima em combustão lenta e amortecida ou que em labaredas
ateia e incendeia corpos e corações!
Falar de mar, de terra, de fontes de
água cristalina, de ar e de fogo é, antes de tudo o mais, falar de
Pessoas. É falar de Gentes, de Almas que se transcendem, que se
evolam nos Céus da Criação, que nos transmitem anseios e devaneios,
propósitos e sentimentos (alegres ou tristes), mas que nos trazem o
seu melhor, nos ofertam o seu Ser e o seu Querer.
Uma Antologia é sempre a força de um
colectivo. A pujança de um coro, de um grupo coral, uma orquestra...
A força de um sentimento comum que nos
une, nos irmana com outros Seres (Humanos) que se prezam.
Como em qualquer outro trabalho
colectivo, seja na Arte ou noutra qualquer vertente humana, há
sempre quem organize, coordene, junte as pontas soltas, desfaça os
nós, desate as tramas que por vezes tramam os fins, enredados nos
meios. E quem produza, o acto material de produção de um objecto tão
significante, ainda e cada vez mais, como é um Livro!
Falar de Antologia é falar de pessoas e
de cada Pessoa, de poetas e de cada Poeta, de almas e de cada Alma,
que à Poesia entregam o seu estro, o seu querer e o seu saber, é
falar de quem sonha e não perde essa faculdade de sonhar.
Parabéns a todos os sonhadores, a todos
os antologiados, artífices e construtores de sonhos. Parabéns e
obrigado a todos e à mestre, maestrina desta orquestra, que com
maestria, de forma humilde e discreta, conduz este Círculo de
amigos, neste trabalho de Arte e Poesia materializado nesta
Antologia. A XIII. Parabéns e obrigado a todos!
Viva a XIII Antologia do Círculo
Nacional D'Arte e Poesia!
Francisco Carita Mata
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