Currículo de Ágnes Sarkadi Vigné

Nasceu em Budapeste, na Hungria. Cresceu em Sárospatak, onde os seus pais investiram na sua educação musical, e aprendeu violino. Em simultâneo, desenhava, pintava, frequentava o clube de pintura. Depois optou pela música. Após a conclusão da licenciatura, leccionou durante 40 anos. Paralelamente dedicou-se à pintura, pois a música e as artes plásticas eram inseparáveis na vida dela.

Conheceu e aprofundou diversas técnicas: batique, pintura em seda, aguarela, óleo e esmalte.  O esmalte pintado foi o mais interessante. A magia do fogo encantou-a. Após um árduo trabalho, obtém-se um quadro com uma magia muito peculiar.

Participou em inúmeros cursos de aperfeiçoamento com ilustres pintores de esmalte húngaros. Já expôs em diversas cidades da Hungria. Nesta actividade tem o apoio incondicional da família e amigos.

Está muito feliz por poder mostrar aqui, em Aveiro, um pouco da Hungria, através desta técnica de esmalte pintado.

Contextualização do esmalte pintado

A técnica remonta à Antiguidade, na Mesopotâmia (entre 3500 - 2500 a. C.), onde a panela de barro com tinta era cozida a 1000º C. Outros exemplos: decoração de esmalte pintado do sarcófago de Tutankhamon, artigos de joalharia do Império Bizantino, coroa do primeiro rei Húngaro, Santo Estêvão, decorada com gravuras de esmalte pintado.

No século XVII, muitos pintores criaram miniaturas com aplicação de esmalte, entre os quais J. Petitot (miniaturista de retratos), em Genebra, e F. Dinglingen, em Dresden.

No século XIX-XX, há um grande desenvolvimento do esmalte pintado. Cada vez há mais interesse sobre esta pintura, originando a abertura de mais escolas, ateliers onde se desenvolvem novos estilos.

A técnica do esmalte pintado

Esta é uma técnica similar à pintura em porcelana. A tinta esmalte, que é composta por óxidos de metal, tem uma consistência menos aquosa que a tinta habitual. É obtida através da mistura de pó de vidro incolor com pigmentos de óxidos de metais. É cozido entre 800ºC-900ºC, fazendo com que as partículas fundam com a chapa.

O processo consiste numa chapa de cobre que é lixada, pintada com uma primeira camada de base de tinta esmalte (geralmente branco ou preto) em ambos os lados, secagem e cozedura. Depois espera-se que arrefeça e inicia-se o processo de pintura, evitando-se que as cores se juntem, pois quando for de novo ao forno, estas fundem criando manchas.

Tema da exposição

Viagem à Hungria através do esmalte pintado.

Sinopse

A exposição está dividida em 5 subtemas: origens, retratos, momentos, estações e paisagens.