BOLETIM   CULTURAL   E   RECREATIVO   DO   S.E.U.C.  -   J.  ESTÊVÃO


2001 - Entrada do Milénio - Ano Europeu das Línguas - Comemoração dos 150 Anos da criação do Liceu de Aveiro

PÁGINA 1
Editorial

Arsélio Martins

PÁGINA 2
Medidas Peda-
gógicas

João Paulo C. Dias

PÁGINA 3
Dificuldades
escolares no
SEUC Sec.

Helena Silva &
Rosário Ruivo

PÁGINA 4 
A árvore da
amizade
Um olhar sobre
a velhice
O poeta
Ana Cláudia Almeida / Ana
Maria Silva /
Liliana Borrego

PÁGINA 5
Contos portugueses
A riqueza e a
Fortuna

PÁGINA 6
11 de Setembro de 2001

PÁGINA 7
Natal 2001:
Um conto e um
poema

João Paulo Correia & Henrique J. C. de Oliveira

PÁGINA 8
Ciência na nossa
Vida
Núcleo de Estágio
de Fís.-Química

PÁGINA 9
Braga - A minha
cidade
Paulo Soares

PÁGINA 10
S. Martinho festejado
na escola

H.J.C.O.

PÁGINA 11
Tempo
Isabel Bernardino

PÁGINA 12
Divulgação e
Internet

H.J.C.O.

PÁGINA 13
Francês - Actividades
extra-curriculares
Alunos de Francês

PÁGINA 14
Se bem me lembro
Paula Tribuzi

PÁGINA 15
Hora do Recreio

PÁGINA 16
Fac-símile da 1ª página

 


Natal 2001

 


O NATAL... UM SONHO!

A noite estava fria. Na casa da Rita a temperatura era agradável e na sala havia um presépio e uma enorme árvore de natal como símbolos da época festiva.

A ceia foi um repasto que satisfez os desejos gastronómicos. Agora, a família estava sentada junto ao fogão de sala, a conversar. Reinava a paz e harmonia. A Rita vivia um momento de celebração da vida.

O relógio deu doze badaladas e a mãe da Rita disse:

— Está na hora do Pai Natal.

Deram as mãos e dirigiram-se para junto da árvore de Natal, onde abundavam as quimeras natalícias, os presentes.

— Que embrulho tão grande! O que será? — questionou o pai.

— Olha este! também tem o teu nome, Rita. Este presente é para o papá, e tens outros aqui.— disse a mãe.

— A mãe também tem ali os presentes — disse o pai.

O ambiente era de euforia e de entusiasmo. À medida que o tempo passava, o carinho era como néctar para a alma. Um belo momento na vida daquela família!

— Rita, quando fores grande, lembrarás com satisfação, quiçá nostalgia, os natais? — perguntou o pai.

— Sem dúvida. O natal é uma verdadeira festa de humanismo, mas...

— Mas?! — interrogaram os pais.

— O que recordo do Natal não são os presentes. Estes recebo-os várias vezes durante o ano, mas um outro que não tem preço, com muito mais valor: é o espírito de solidariedade das pessoas; o tempo em que vocês têm tempo para o convívio em harmonia e paz, para o amor. Quem me dera que em cada um dos amanhãs houvesse sempre um momento de espírito natalício!

João Paulo Amaral Correia Dias

                           

 NATAL

Com tempo ameno
ou com tempo rigoroso,
em qualquer dos cantos
deste conturbado planeta,
é a quadra natalícia
por todos nós sentida
como uma época
de todas diferente.
No ar
paira uma atmosfera
diferente do habitual,
que nos toca,
que nos contagia,
que faz fissurar
a dura capa de verniz
que envolve os nossos corações
e que não nos deixa olhar
para os nossos semelhantes,
que nos impede de ver
que todos somos irmãos.

Nas nossas cidades,
luzinhas coloridas
de estrelas e enfeites
iluminam as nossas ruas.
De caixas suspensas,
aqui e além,
elevam-se suaves sons de suaves cantos,
vozes límpidas e claras de crianças
entoando cânticos de Natal,
cânticos que convidam à amizade,
cânticos que convidam à fraternidade
e ao amor.


E todos nós,
nestas nossas cidades,
por estas nossas ruas,
envolvidos por brilhantes luzes
e por sons amenos,
andamos buliçosos,
andamos atarefados,
quais formigas diligentes,
de loja em loja,
vendo,
escolhendo,
comprando mais um brinquedo,
mais uma lembrança,
mais uma faiança,
mais um presente
para aquele nosso amigo,
para este nosso familiar,
preparando o grande dia,
o dia da reunião
de toda a família.

 

E lá longe?
E naquele país distante,
onde não há cidades com ruas iluminadas,
onde nem há cidades,
onde não há paz,
onde não há pão,
onde muitas vezes não há família sequer,
destroçada pela fúria impiedosa
pela fúria devoradora
das guerras,
das doenças,
e das fomes?

 

Que pena que o Natal
apenas seja sentido
apenas seja vivido
nesta época de Natal!
Que pena que não se estenda
Que pena que não abranja
os meses, o ano inteiro!
Que pena que se confine
às nossas cidades apenas
e não se estenda
até àqueles países distantes,
onde não há sequer
o pão nosso de cada dia,
onde Natal é sinónimo de sofrimento,
onde Natal é sinónimo de desgraça e de morte!

 

Mas...
Mas o Homem é isto mesmo!
Se nem mesmo à sua volta consegue ver
que o Natal
nem para todos é igual,
como poderá ele lembrar-se
de quem está distante?
Mas é a quadra de Natal!
É a quadra que a todos contagia!
Celebremos, pois, o Natal
com muita paz e alegria,
com muito amor e ternura
junto das nossas famílias;
mas não nos esqueçamos
daqueles que nos rodeiam.
Às vezes basta tão pouco!
Basta apenas
uma simples palavra,
uma palavra de amor!

H. J. C. O.


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