As LINHAS DE FORÇA, susceptíveis de transmitir aos espectadores determinadas sugestões, correspondem a linhas simples que percorrem a imagem. Existem virtualmente no espaço geométrico do rectângulo que constitui a cena visionada no ecrã. Permitem ajudar não só a construir a composição. como também à leitura e descodificação da imagem. As linhas de força podem corresponder, nas cenas filmadas, às arestas  de um muro, às linhas de fuga de uma determinada perspectiva, às curvas de um corpo, à linha do horizonte, às zonas de separação dos diferentes planos numa paisagem, etc.

Para a composição de uma imagem cénica, não há regras fixas. Ela está dependente do sentido estético da pessoa que filma, dos objectivos e daquilo que está a ser filmado.

Embora não possam ser consideradas como regras universais e fixas, não deixam de ser úteis as sugestões fornecidas por Roland Lewis (in: Guia Prático do Vídeo, Editorial Presença, pp. 42-43), cujas ideias aqui se reproduzem:

1º - Sempre que se define um plano, é necessário jogar com os vários elementos da composição, deslocando a objectiva ou a posição da câmara, a fim de se mostrar os temas da maneira mais eficaz.

2º - Quando se filma, convém não esquecer quais os objectivos, para que aquilo que se procura transmitir tenha impacto no espectador. Por isso, é necessário excluir da cena tudo quanto for irrelevante, a fim de não provocar dispersão no espectador durante o visionamento da cena.

3º - O enquadramento deve ser feito tendo em conta o ponto de vista dos movimentos potenciais do tema. Se o plano for demasiado distante, incluirá elementos supérfluos susceptíveis de desviar a atenção do tema central; se demasiado próximo, as mudanças bruscas de posição da personagem tornar-se-ão difíceis de ser captadas durante a filmagem.

4º - Quando se filma, por exemplo, uma entrevista, crianças que brincam em grupo, etc., o operador deve estar permanentemente atento, fazendo variar o grau de aproximação ou afastamento das personagens, para evitar que elas saiam bruscamente do ângulo de visão da objectiva.

5º - Se no enquadramento se procura captar o olhar da personagem, mediante um plano aproximado (caso do grande plano), a personagem deverá ficar encostada à margem do lado da nuca, de modo que a imagem apresente um espaço amplo na frente do olhar.

6º - Se a personagem se desloca para um lado e se pretende mostrar o movimento recorrendo a um plano inteiro, a personagem deverá posicionar-se na margem oposta à do sentido do movimento, de modo que ela tenha na sua frente todo o espaço por onde irá deslocar-se. A câmara deverá acompanhar o movimento da personagem.