Era Crotona, naquele remotíssimo tempo
pequena e florescente colónia grega, já famosa pela cultura, inteligência e actividade
de seu povo. Foi o filósofo de Samos bem recebido pelos Crotonenses; fez amizade com um
certo Mílon, homem rico, muito estimado, chefe de poderosa facção política. Amparado e prestigiado pelo bondoso Mílon, fundou Pitágoras uma espécie de curso que passou a ser frequentado por cidadãos de todas as classes sociais. As conferências proferidas por Pitágoras tinham feição científica, mas não deixavam de se revestir de cunho acentuadamente religioso. Para ouvi-lo afluíam cidadãos de todas as classes sociais e até mulheres, apesar da proibição a que estavam sujeitas, de irem a reuniões públicas. Entre as suas ouvintes mais atentas estava a jovem e formosa Teano, filha de Mílon, seu amigo e protector, e com ela acabou ele por casar-se, apesar de grande diferença de idade. |