Recenseamento do pessoal

No dia 17, como já sabem, ocupei o dia a elaborar o plano de defesa. Na véspera, dia da partida do grupo rendido por nós, visitei algumas povoações. E no dia anterior, uma quarta-feira, comecei as actividades da manhã com a elaboração do ficheiro do pessoal. Enquanto o alferes Manata foi tratar das actividades rotineiras, fui à minha bagagem buscar os verbetes e comecei o trabalho:

— Teodoro, dê-me os seus elementos para preencher este verbete.

— Por onde é que o meu alferes quer começar?

— Diga-me o seu nome completo e o número de identificação militar.

— Fernando Teodoro.

— O nome dos seus pais...

E fui pedindo, sucessivamente, a naturalidade, a idade e data de nascimento, o estado civil, as habilitações e profissão, a direcção completa dos familiares. Só não pedi os elementos referentes ao bilhete de identidade, por me parecerem irrelevantes, pois registara já o número de identificação militar, a graduação e a especialidade.

— Está tudo em ordem. Não preciso de mais nada. Faça-me o favor de chamar o Donato.

Um a um, vieram à minha presença os outros furriéis e, em seguida, todo o restante pessoal do quartel. Cada um que partia, após o interrogatório para preenchimento dos verbetes, ficava encarregado de chamar o elemento seguinte. Ao fim da manhã, tinha o registo de todos os elementos, incluindo alguns miúdos de cor que vêm diariamente para o quartel, a quem damos de comer e algum trabalho remunerado, e o velhote, o velho Manel, civil que vive aqui com a tropa há já alguns anos.

Da parte da tarde, como já tive oportunidade de vos dizer, foi uma coluna auto a Quimbele, tendo nesse dia recebido o material de expediente que o capitão me mandou e a lanterna, que encomendei ao furriel Rodrigues.

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