A sobreposição

A sobreposição é o primeiro tópico da lista. Pelo que anteriormente vos escrevi, penso que já sabem em que consiste. Maçaricos, recém-chegados a esta vasta região do Alto Zaza, tudo é novidade para oficiais e restante pessoal. Daí que nenhum grupo é rendido sem passar três ou quatro dias com os novatos. Além da conferência e transmissão de material, o novo comandante é levado a todas as povoações e destacamentos sob a sua responsabilidade, sendo apresentado aos respectivos chefes: os sobas das senzalas e os comandantes dos grupos militares sob a sua alçada, sejam eles tropas regulares, sejam GEs, isto é, Grupos Especiais de pessoal nativo, devidamente treinado, armado e posto sob a chefia de um graduado com maiores habilitações e conhecimentos e também pertencente à povoação.

A sobreposição e contacto com as novas responsabilidades e funções não se limita aos comandantes dos grupos, geralmente alferes milicianos como eu, ou a comandantes de companhias e de batalhões. Todo o pessoal, cada um com o seu posto e funções, tem de passar por situação idêntica. Daí que o responsável pelo grupo tem de conhecer bem os seus homens e distribuí-los de acordo com as suas especialidades. Também eles terão de ser instruídos nas novas tarefas que lhes cumpre desempenhar durante a permanência em território a defender. Terão para isso um período de sobreposição igual ao do comandante junto do grupo que vão render, para que, uma vez sozinhos, não tenham quaisquer problemas. E está explicada a razão que me levou a elaborar, logo no primeiro dia de permanência no Alto Zaza, no dia 13 do corrente, a relação de todo o pessoal, com o nome, graduação e especialidade.

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