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Enquanto o retroprojector permite projectar com luz ambiente,
estes dois aparelhos exigem o escurecimento total da sala e, além
disto, necessitam de um bom ecrã, para que as imagens se tornem
suficientemente claras e brilhantes.
O episcópio é um aparelho de projecção constituído
por uma potente fonte de luz, um sistema óptico, formado por
espelhos e lentes, um sistema de ventilação e um suporte
para colocação das imagens. É um aparelho que permite a
projecção
de imagens opacas: páginas de livros, postais ilustrados,
fotografias e outros documentos. Utilizando o esquema da
figura 1, vejamos como funciona. A luz, emitida por uma fortíssima
lâmpada de 24 V e 250 W de potência (n.º 2), é reflectida
pela superfície da imagem a projectar. Esta é colocada na
parte inferior do aparelho, num suporte móvel (n.º 4), cuja
mola a comprime de encontro à placa de vidro (n.º 5), que, além
de manter a imagem direita, desempenha também a função de
filtro de calor. A luz reflectida pela imagem é, por sua vez,
reflectida pelo espelho (n.º 6) em direcção à objectiva
(n.º 3), que é móvel no sentido das setas, permitindo uma
focagem correcta da imagem projectada no ecrã.
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Figura
1: Esquema simplificado de um episcópio. |
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O episcópio tem a vantagem de projectar imagens
opacas, mas os seus inconvenientes são maiores que as
vantagens, fazendo com que, actualmente, tenha sido praticamente
posto de parte. Além de exigir uma sala totalmente às escuras
e um bom ecrã, para que as imagens ganhem brilho e recorte, o
utilizador não pode projectar uma imagem durante muito tempo.
Se o fizer, arrisca-se a ficar com ela amarelecida e em mau
estado. E se utilizar um livro valioso, além de lhe estragar a
lombada, ficará com as páginas ressequidas, onduladas,
amarelecidas
e quebradiças, tal como sucede quando se deixa um ferro quente
de passar a roupa, durante muito tempo, sobre uma folha de
papel. É que, incidindo directamente sobre a superfície
opaca da imagem, o calor e a luz são facilmente absorvidos
pelo papel, com as respectivas consequências.
Os inconvenientes apontados ao episcópio obrigam o
utilizador a seguir rigorosamente os conselhos que passamos a
expor:
1 - Utilizar o episcópio somente se não houver outro
meio audiovisual alternativo;
2 - Verificar se a sala se encontra em total escuridão e
se existe um bom ecrã;
3 - Colocar previamente o episcópio na posição
correcta diante do ecrã e à distância conveniente, para que
as imagens projectadas ocupem perfeitamente toda a superfície
do ecrã, deixando o aparelho devidamente focado. A focagem
faz-se deslocando o canhão da objectiva no sentido das setas
(ver fig. 1, n.º 3).
4 - Verificar se o episcópio tem sistema automático de
accionamento da ventoinha. Se não tiver, o primeiro elemento a
ser posto em funcionamento deverá ser a ventoinha.
5 - Colocar a imagem no suporte e ligar a luz do
aparelho. Poder-se-á pedir a um aluno para apagar a luz da
sala.
6 - Efectuar a exploração das imagens, nunca demorando
mais do que 30 segundos para cada uma. Este tempo pode ser variável
de acordo com o modelo do aparelho. Poder-se-á previamente
efectuar uma experiência com uma folha de papel de cor escura e
contar o tempo que leva a ficar alterada pelo calor da máquina.
Uma folha branca, como reflecte maior quantidade de calor e luz,
absorve menos temperatura, sendo por isso mais resistente à
deterioração.
7 - Uma vez terminada a sessão, desligar a luz do episcópio,
deixando a ventoinha a funcionar até total arrefecimento do
aparelho. Se o episcópio tiver termostato, não desligar o
aparelho da tomada de corrente, para que o automático possa
manter a ventoinha em funcionamento. Esta deixará de trabalhar
logo que o aparelho arrefeça.
Todas as recomendações feitas são fundamentais. Não
as seguindo, o utilizador poderá vir a sofrer alguma decepção
com a utilização do episcópio[1].
Alguns episcópios aliam à possibilidade de projecção
de opacos as características do diascópio, tendo tomado o nome
de epidiascópio
(<episcópio + diascópio). Como é fácil de deduzir, a
versatilidade do epidiascópio é maior. No entanto, repetimos o
que dissemos em relação ao retrodiascópio: será preferível
ter aparelhos independentes, cada um com a sua função, sendo
uma má aplicação de capital a aquisição de um aparelho
deste tipo.
In:
Henrique J. C. de Oliveira, Meios audiovisuais e
tecnológicos aplicados ao ensino, Aveiro, 1992, pp. 46-49
(edição limitada do autor).
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