Alunos oriundos do estrangeiro marcam pontos
Já se deram conta de que
os jovens estudantes vindos dos chamados países de leste são, na sua
maioria, casos de sucesso escolar, suplantando, mesmo em Língua
Portuguesa, os «nossos»?
Quisemos, de uma maneira informal e despretensiosa,
entender o “fenómeno”, auscultando alguns dos frequentadores da BJE.
|
O Nikita, aluno do 10º H, diz que aprendeu facilmente a
língua portuguesa, não apenas pelo convívio oral, mas igualmente
porque se “agarrou” logo às Bandas Desenhadas, “tipo Obélix”, para
associar a frase à figura. Depois, leu toda a colecção dos
“Arrepios”, e por aí fora. |
Para além disso, pelo menos dentro do
espaço da Biblioteca, revela ser um jovem educado, estudioso e
gentil.
O Misha, aluno de um 8º ano, até já foi notícia de um
jornal local, por motivos idênticos.
A Ksénia, do 12º A, idem aspas, aspas, para além das
Danças de Salão, embora confesse que já esteja um pouquinho
“corrompida” pelos hábitos demasiado “liberais” da escola
portuguesa, não se aplicando tanto quanto deveria.
O Mikael Ferreira, por seu lado, vindo há já algum
tempo dos EUA, (para onde pretende regressar um dia, a fim de
prosseguir estudos), demonstra ainda, para quem estiver mais atento,
uma atitude diferente (para melhor!) relativamente aos “normais”
alunos “de cá”, (com todo o respeito por quem, mesmo sendo
“português de gema”, se sabe comportar de acordo com as situações).
Na América, refere, proporciona-se uma maior orientação e apoio
escolar/educativo, deixando depois que cada estudante assuma as suas
próprias apetências e projectos, em qualquer altura da sua vida,
sendo que qualquer pessoa, querendo, pode livremente auto(in)-formar-se.
A Min, ou melhor, a Lin (apelido) Qia Min (nome
próprio), de ascendência chinesa, é um caso raro de capacidade e de
método de trabalho. Lê imenso, desenha,... Irá certamente fazer dois
anos em um: 8º e 9º num só ano lectivo.
Deste modo, bastou um breve “Inquérito” a alguns dos
nossos alunos, nascidos ou oriundos de outras paragens, para
descortinar alguns factores comuns que parecem justificar o seu bom
desempenho escolar. Assim, nos seus países de origem, era um dado
adquirido:
● Haver hábitos de
leitura, de trabalho, de saber, de conhecimento e de cultura (apesar
das enormes dificuldades nos restantes aspectos da vida quotidiana
das pessoas);
|
|
●
Haver maior rigor, respeito, exigência,
civismo e empenho por parte de todos os agentes educativos, dentro
da comunidade escolar. Citando um dos intervenientes, “não havia
tanta rebaldaria!”.
(Só por isto, já se percebe por que razão as
designadas “aulas de substituição” constituem um autêntico
calvário!).
Lamentavelmente, parece que os alunos
portugueses, das duas, uma: ou padecem todos da famigerada
‘hiperactividade’ da moda, (que pode englobar tudo e mais alguma
coisa!), ou só bebem água com Guronsans e Alka-Seltzers para andarem
sempre em estado de efervescência!... Os caladitos, os educaditos,
os que até dizem “Bom-Dia” ou “Boa-Tarde”, os estudiosositos, esses
sim, devem ter problemas psicológicos!...
Nem oito nem oitenta, mas para bom entendedor!...
“Notas Soltas”, ou seja, espécie de “Apanhados”,
daqui e dali, comentados de modo bastante livre:
Primeira — Cultivemos (as) árvores! Abaixo o
monóxido de carbono!
“Na realidade, o pinheiro de Natal tem as suas
origens na adaptação e permanência de antiquíssimos cultos às
árvores e à natureza vegetal”.
(Prof. António Tavares, in “Diário de Aveiro” de
22 de Dezembro de 2002.)
Segunda — Bem Bom Bono! Até ficamos com “Vertigos”!...
«Os cerca de 217 milhões de euros arrecadados
tornam a tournée Vertigo dos U2 a mais lucrativa deste ano.» (in “Público” de 16 de Dezembro de 2005)
UMA PEQUENA LUZ
Uma pequenina luz bruxuleante
aqui no meio de nós e a multidão em volta.
Uma pequenina luz bruxuleante
em todas as línguas do mundo,
brilhando incerta mas brilhando.
Silenciosa, não crepita,
não consome,
não custa dinheiro,
apenas brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante
como a exactidão, como a firmeza,
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui,
no meio de nós.
Brilha.
Adaptação de poema de Jorge de Sena, in
Fidelidade.
Fotogr@fi@ e Ilustr@ção
-
Fotos de Teresa Castro. Ilustrações extraídas de
“Phosphore” nº 294 e endereço de Internet
www.ota.com/pics/documents.
|