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André Ala dos Reis, Vida. Poemas, Coimbra, Coimbra Editora Ldª, 1963, pp. 16 e 17.

SOMBRA E SOL

 

Pois julguei que nunca fora,
mas afinal sou toureiro
Também fui puxar a besta,
que tal não acreditara.
Arrastei-a lá do fundo,
pelos corredores, pra arena.
Vinha tão fraca, tão fraca,
que já me causava pena.

 

Mas arremeteu por fim
e cresceu como balão
até chegar à espada.
Depois, fui eu que ataquei,
mas, quando a capa tirei
de cima do corpo mole,
na terra havia somente
pedaços de sombra e sol.

 

 

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