Henrique J. C. de Oliveira, Os Meios Audiovisuais na Escola Portuguesa, 1996. |
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O século
XV inicia uma nova etapa evolutiva na história do homem e da comunicação. Além
de um retorno às fontes clássicas greco-latinas, o homem procura alargar os
seus conhecimentos nos diferentes domínios da arte e do saber, aumentando também
os seus horizontes geográficos e o conhecimento do mundo em que vive. A par do
conhecimento científico, verifica-se também um acentuado progresso tecnológico.
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Para
o alargamento dos conhecimentos geográficos e científicos daí resultantes,
contribuíram os descobrimentos portugueses, iniciados a partir de 1415, sob a
égide do
Infante D. Henrique
, e que culminaram com a
chegada ao Oriente e ao continente americano. Para a difusão dos conhecimentos,
contribuiu a invenção dos caracteres móveis tipográficos por
Johannes Gutenberg
, por volta de 1440, dando
início a uma nova era na história da comunicação. A
invenção da imprensa foi o início, segundo
McLuhan
, de uma nova era na história
da humanidade, por ele designada como
Galáxia Gutenberg
, designando assim todo o
conjunto de fenómenos originados pelo aparecimento do documento impresso em
substituição do manuscrito. A invenção da imprensa vai dar origem ao «primeiro
medium de massa», o qual, nos primeiros tempos, como refere
Jean Cloutier
[1],
«sucede ao manuscrito» e o imita, «retomando-lhe
o estilo e os caracteres, tal como o sistema de paginação», pois os
livros do século XV, «pela impressão
dos textos em tipografia e pela integração de iluminuras e ilustrações»,
constituem verdadeiras sínteses scriptovisuais. Todavia, ainda que, segundo
Cloutier, em breve a escrita tenha em certa medida ultrapassado o visual e a
composição mecânica acentue ainda mais «a
tendência do homem racionalista para se exprimir através da palavra simples,
analítica, precisa», mesmo assim a imagem continua a ocupar um lugar de
relevo, a ponto de, nos séculos seguintes, aparecerem nomes de vulto[2]
na ilustração de grandes obras da literatura europeia e obras que procuram
transmitir conhecimentos recorrendo em larga escala à imagem, como foi o caso
das primeiras enciclopédias. Além
da impressão de textos, a imprensa teve também o mérito de permitir uma
elevada difusão de diferentes tipos de imagens, abrangendo as mais variadas temáticas
e frequentemente utilizadas, desde muito cedo, quer em instituições de ensino,
quer no ensino individual, com objectivos pedagógicos. Para Lutero, que saúda o aparecimento da imprensa, esta representa como que a «libertação do homem» e o instrumento da desagregação da sociedade medieval, teocrática e feudal. |
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