Conhecer Aveiro
Gastronomia aveirense |
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João Luís, Luís Diogo, Paulo Carvalho e Tiago Varela - 7º B Somos alunos da Escola Secundária Dr. Mário Sacramento e o nosso 1º projecto desenvolvido na Área de Projecto foi a Alimentação na Cidade de Aveiro. Para recolha de dados, elaborámos um inquérito, tendo apurado que a maior parte da população aveirense come comida tradicional de Aveiro, tal como caldeirada de enguias ou enguias de escabeche, raia em molho de pitau e espetada de mexilhão. Ao nosso inquérito responderam pessoas com idade média de 48 anos, homens e mulheres, mas descobrimos que só 25% dessas pessoas é que efectivamente nasceram em Aveiro. A maioria das pessoas entrevistadas veio de fora. Verificámos também que 50% dos inquiridos procura a comida típica de Aveiro nos restaurantes da cidade, mas e com uma diferença notória, as pessoas preferem a comida caseira, obedecendo a todos os requintes e temperos tradicionais. Como sugestão e para vos abrir o apetite, aqui fica a receita das saborosas enguias de escabeche, recolhida por um dos grupos de trabalho da Área de Projecto. |
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Enguias de escabeche Ingredientes: 20
a 24 enguias pequenas (cerca de 1,2 Kg); 2,5dl de vinho branco; sal e
pimenta; azeite para fritar. |
D. Silvina Raimundo é a proprietária da fábrica mais tradicional de ovos moles de Aveiro. Com 74 anos, D. Silvina já tem contacto com o doce há mais de 40, e ainda se interessou mais desde que casou e fez a promessa à sua sogra de continuar a tradição de família. D. Maria da Apresentação, sogra de D. Silvina ensinou-lhe a receita, ficando ela encarregada da continuação deste pequeno mas “grande” doce. D. Silvina admite com satisfação que faz os ovos moles pela qualidade e não pela quantidade. O que torna o doce tão saboroso é a dedicação que é aplicada em todos os passos para fazer um único ovo mole. É uma pequena empresa com apenas seis empregadas, que satisfaz os desejos de todos os “gulosos”. Este é o local mais indicado para saborear os verdadeiros ovos moles porque ainda conserva a antiga maneira de os fazer, ou seja, desde a separação da gema e da clara até à cobertura com a calda de açúcar tudo é feito manualmente, e é daí que provém o verdadeiro sabor. Na altura do agradecimento a D. Silvina pelo tempo que nos dispensou recebemos uma pequena lembrança que ainda nos deixa água na boca...e que tal um ovo mole?n |
Capela
de Nossa Senhora da Alegria |
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No alto de um pequeno cômoro, servindo provavelmente de conhecença a pescadores e mareantes de Trezentos, ergue-se a Capela de Nossa Senhora da Alegria, outrora denominada de Santa Maria de Sá. |
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Hoje talvez nada reste do templo primitivo, cuja existência encontramos documentada em 1282, na inquirição que D. Dinis mandou fazer na Terra do Vouga, que nos diz serem de cavalaria quer a herdade de implantação da igreja, quer as que lhe estão contíguas: «Item, de Santa Maria de Sá, disse Domingos Migueis que há aí quatro casais e que dois deu el-rei a Santa Maria de Vagos por obrada, e os outros dois são reguengos; e disse que há aí uma cavalaria e foi de Quevina; e disse que todas as herdades que tem a igreja de redor que são de cavalaria. Item, Domingos Peres [...] disse que esta igreja está na herdade de cavalaria» (Madaíl, 1959: 87). A ermida de Santa Maria de Sá erguia-se pois no já referido lugar de Sá, em herdade de cavalaria, certamente cedida pelo rei à recém formada confraria de pescadores e mareantes, para nela levantarem a sua pequena igreja. Apesar de alguns autores, na esteira de Frei Francisco Brandão (Brandão, 1650:353), afirmarem «que os Sás tendo o padroado da igreja de Santa Maria de Sá, entre Aveiro e Esgueira, o deram a el-rei D. Dinis» (GOMES, 1899: 55, 113), nenhuma pista ou base documental conhecida permite esta conclusão. A família dos Sás tinha diversos ramos, espalhados por diferentes pontos do território nacional, existindo igualmente, em várias regiões do País, alguns lugares com idêntico topónimo e igual orago. Isto mesmo acontecia no território de Lafões, onde um dos principais ramos desta família era bastante herdado. Tudo indica que a ermida pertenceu sempre à Confraria de Santa Maria de Sá, importante associação profissional de pescadores e mareantes aveirenses, cujos primórdios devem remontar ao século XIII. Para aqui apontam, aliás, alguns dos documentos traslados no tombo oitocentista, publicados por Marques Gomes (GOMES, 1899: passim; 49-117) e Ferreira Neves (NEVES, 1973: 241-271).n |