Capela de São Bartolomeu:
O diabo à solta e os perdidos e achados
Prof. M. J. Carvalho - 10º grupo A |
|
A pequena e singela capela de São Bartolomeu é um diminuto templo, de planta circular, sito na rua do mesmo nome que ficava, antigamente, no território da chamada Vila Nova, anexa à herdade da Granja de São Miguel (1). O minguado igrejório foi mandado edificar por André Dias Caldeira (2) e ficou concluído em 1568, conforme inscrição que sobrepuja a porta de entrada.
|
«O
exterior diz já a composição arquitectónica: corpo pequeno, baixo e
cilíndrico, coberto de cúpula hemisférica. Porta rectangular, de friso
e cornija. Levanta-se ao lado da cobertura modesta sineirita, sobre
pequeno maciço. Vêem-se neste mesmo, cobertos de cal, uns quatro ou
cinco azulejos, sevilhanos, de princípio do século XVI.» (3) |
(1) Cf. planta do século XVIII, intitulada «Averiensis Civit: Planipheri cum ipsius suburbis», que existe no Museu de Aveiro. Esta planta está reproduzida no Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. 40, n.º 160 (1974), p. 251. (2) Poderá ser um André Dias que é identificado como arcipreste, num assento de baptismo da paróquia de S. Miguel. A.D.A. Baptismos de S. Miguel, Livro 1, Aveiro, 2 de Setembro, 1571. (3) GONÇALVES, A. Nogueira – Inventário Artístico de Portugal: Distrito de Aveiro. Zona sul. Lisboa: Academia Nacional de Belas Artes, 1959, p. 142. (4) Ibidem (5) Veja-se a interpretação, discutível ou polémica, mas nem por isso menos rica e propiciadora de diferentes abordagens, in ESPÍRITO SANTO, Moisés – Origens orientais da religião popular portuguesa, seguido de ensaio sobre toponímia antiga. Lisboa: Assírio & Alvim, 1988, passim. (6) Idem, 1988: 173. (7) Idem, 1988: 169-170. (8) [SARABANDO], J[oão] Vieira – Concelho de Aveiro: nótulas de etnografia e folclore. Aveiro e o seu Distrito. Aveiro: Junta Distrital de Aveiro. Nº 21 (1976) p. 55-56. |
São
Bertolameu |
Tais
palavras devem ser proferidas ao bater da meia-noite e repetem-se, pela
semana adiante, até que o objecto apareça. Ao mesmo tempo, é de
obrigação deitar por baixo da porta a mais insignificante moeda que
então correr. Em tempos, cinco réis. Agora, é obviamente, um
tostão...» (8) |