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Muié – Relatos e Sentimentos

A minha lavadeira

Quando chegámos tínhamos uma preocupação. E agora como é que fazemos para lavar e secar a nossa roupa?

Mas não tínhamos razão para isso, pois as meninas da população já tinham o sistema a funcionar.

Abeiravam-se dos militares para oferecer os seus serviços de recolher, lavar e dobrar a roupa e depois entregar pessoalmente nas respetivas instalações.

Este serviço era feito apenas por uns míseros 5 a 10 escudos e uma barra de sabão por mês. Neste sítio era com os militares e outros serviços no quartel que poderiam ganhar qualquer coisa, para comprar um vestidito de chita, umas sandálias de plástico e mais uns panitos coloridos para se enfeitarem e agasalharem.

A minha lavadeira, a Maria Augusta, é uma menina de cerca de treze a catorze anos e ainda anda na escola.

Respeita-me bastante e pede-me de vez em quando para a ajudar nos deveres da escola, o que eu faço de boa vontade.

Gosto de falar com a mãe dela, com a irmã que tem um bebé pequenino e com a Cachimbe, a irmã pequenina com quatro a cinco anos.

 

 

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