Pequenos autores

Para assinalar o Dia Europeu da Proteção das Crianças contra a Exploração Sexual e o Abuso Sexual, a CPCJ de Aveiro convidou as escolas a elaborarem um trabalho escrito subordinado ao tema “o amor não é…” ou “eu não aceito…”. Apresentam-se aqui três textos elaborados por alunos do 10.º I.

Eu não aceito ser uma flor Não aceito!
Eu não aceito ser uma flor
À qual as pétalas foram retiradas
E ainda que me digam que é amor
Não se vão livrar das minhas mágoas
O teu “amor” é o meu sofrimento

Eu não aceito que façam de mim sua propriedade
Que me magoem quando lhes apetecer
E até com a idade
Não consigo isso esquecer
O teu “amor” é o meu sofrimento

Eu não aceito levar com uma faca no coração
O amor não é ultrapassar o meu limite
Sofrer em silêncio não é a minha opção
“O meu corpo não é um convite”
O teu “amor” é o meu sofrimento

Eu não aceito ser vítima de abuso
Tocares-me sem permissão
Ter-te no meu corpo é como ter um intruso
O amor não é violação
O teu “amor” é o meu sofrimento

Joana Batista e Susana Campos, 10.º I

Eu não aceito ser definido pelas minhas limitações, mas sim pelas infinitas possibilidades que a vida me oferece. Recuso-me a deixar que o medo me impeça de explorar novos horizontes, aprender novas habilidades e abraçar desafios.

Não aceito viver uma vida de arrependimentos, mas sim uma vida cheia de coragem e autenticidade. Eu não aceito simplesmente existir, mas sim viver plenamente, com paixão e propósito, moldando meu próprio destino com cada escolha que faço. Não aceito menos do que mereço, pois sei que mereço amor, respeito e felicidade.

A partir de agora, eu não aceito nada menos do que uma vida que valha a pena ser vivida.

Davi Costa, 10.º I

 
O amor não é momentâneo
 
O amor não é momentâneo,
é difícil de encontrar,
é um sentimento espontâneo,
e temos de o valorizar.

O amor não é feio,
nem feito de conflitos,
nem guerra nem torneio,
não devemos amar aos gritos.

O amor não é pecado,
a menos que seja traição,
deve ser amado,
só é amor se for de coração.

O amor não é ofender,
nem é algo para brincar,
não o devemos prender,
temos de o libertar.

O amor não é um sentimento mau,
temos de o conquistar,
é um grande degrau,
para a nossa vida melhorar.

O amor não é maltratar,
é uma forma de respeito,
para isso temos de pensar,
para não ficar com o coração desfeito.

O amor não é violência,
não deve magoar,
temos de ter competência,
para não o perturbar.

O amor não é só para um,
tem de ser partilhado,
é algo incomum:
há que respeitar para ser respeitado.

Tiago Roque e
       Lais Castanheira, 10.º I

 

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