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Rompe o dia
E o sol da manhã
Abre meus olhos à realidade.
Não consigo encontrar nada
Que me fale de igualdade.
Tenho a mesa recheada.
E eles?
Uma raiz, ou nada.
Tenho cama acolhedora
Onde posso repousar.
E eles?
A lama, as pedras,
Um velho tronco para esperar.
O dia e a noite são, para mim,
Tempo de paz e em paz amar.
E eles?
Dia sem noite, olhos abertos:
São faróis a vigiar.
Alimentam-se do medo
Cobrem-se de terror.
Perderam tudo menos a fé,
A força e o amor
Que herdaram dos seus avós.
Eles... e nós!
Outubro de 1999
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