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O velho

 

     parido no aconchego

     da velha casa de alvas paredes

     na sulista terra raiana

 

o velho

 

     fundas como barrancos

     as rugas do rosto

     emoldurado por soltas e prateadas gaforinas

 

o velho

 

     olha

     do alto do secular e degradado castelo

     o sol nascendo p´ra lá da fronteira

 

o velho

 

     no cérebro fervilhante

     a contexto e o seu contrário surgindo

     as lembranças turbam-lhe o pensamento

 

o velho

 

     a alma extasiada por tanta beleza

     ensombra-se aferindo da pobreza dos vigentes valores

     em descontrolado galope grassando no seu chão

 

o velho

que se perdeu dos sonhos

 

Luís Jordão

Fev./2010

 
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