Acesso à hierarquia superior.

inquietação

 

É madrugada.

Dezembro nublou-se.

 

Por cima dos telhados de Alfama

vejo o Tejo

e adivinho o casario da outra margem.

 

Que dia é hoje?

Quem são os que dormindo me cercam?

 

Vertiginosa

a ebulição do pensamento

atropela-me as ideias,

ainda mais as palavras,

e afecta-me a alma.

 

No limbo...

 

Pouco é o que escrevo

e  já só leio as grossas.

Os sonhos esboroam-se.

Confundem-me diariamente,

conturbadas,

as imagens dos que me envolvem (ram).

 

Desdobrando-se continuarão, no parlamento,

os escaravelhos

fazendo bolas

para o nosso consumo diário.

 

Apavoram-me os donos da verdade

serventuários de um qualquer Ali Bábá.

 

Preciso do carinho de um sorriso.

 

 

Porra!...

Como pegarei o dia que se avizinha?


 

                                        Luís Jordão

                                        Lisboa, Dez. 2011

 
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